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Verbas para adaptação às alterações climáticas são poucas e desadequadas

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 16-11-2018

 

 O financiamento para a adaptação às alterações climáticas em Portugal é escasso e desadequado, segundo as conclusões e um inquérito aos participantes de um seminário sobre o tema, hoje realizado na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.

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De acordo com os dados de um inquérito hoje realizado entre os participantes na conferência – promovida pela autarquia local e que juntou representantes da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, especialistas e investigadores universitários e técnicos das áreas do ambiente e ordenamento do território, entre outros – 82% classificam o financiamento disponível como “pouco e desadequado das prioridades locais”, 15% definem o dinheiro existente como “pouco mas adequado” e 03% como “suficiente mas desadequado”.

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Os resultados do inquérito estão em linha com uma das conclusões do seminário, expressa na sessão final da reunião por Ana Queiroz do vale, da Câmara Municipal de Sintra, o financiamento “é um dos grandes entraves à atuação dos municípios” e “está encaixotado em processos burocráticos”.

“Não existe financiamento plurianual e não é assim que se pode preparar a ação”, adiantou.

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Outras conclusões adiantadas por Ana Queiroz do Vale apontam para que se pense nas necessidades de adaptação às alterações climáticas “como oportunidades” e que as pessoas, embora devam “experimentar a realidade” dos seus efeitos “não tenham todas de ter experiências dramáticas”, como as que a população viveu com os incêndios florestais ou a recente tempestade Leslie.

Ana Queiroz do Vale destacou ainda o papel crucial dos municípios nas políticas de adaptação, desafiando os autarcas a atuarem em rede “porque nas alterações climáticas as fronteiras administrativas não existem”.

“Cada vez mais necessitamos de políticas de ação flexíveis”, defendeu a representante da autarquia de Sintra.

Os dados do inquérito aos participantes revelam ainda que 47% dos eleitos locais dão “alguma importância” às alterações climáticas e 30% pouca importância e que apenas sensivelmente um em cada cinco autarcas (22%) dá muita importância ao tema.

A importância da participação dos municípios portugueses em redes e projetos europeus de adaptação climática é considerada de total ou de bastante importância por 92% dos participantes no seminário e a falta de interesse político apontada por 60% das pessoas como razão para não haver mais municípios com estratégias e planos municipais específicos, seguido da falta de informação e falta de financiamento, ambos critérios que recolheram 19% de respostas.

O inquérito conclui ainda que 98% da população portuguesa possui “pouco ou algum conhecimento” sobre os impactes das alterações climáticas, dado que levou Sérgio Barroso, especialista do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano a considerar “bastante evidente” que esta é uma área “onde há muito a fazer”.

O inquérito considera ainda “muito importante” (45%) e indispensável (39%) a participação dos cidadãos na definição das opções de adaptação.

Já sobre questões específicas relacionadas com prioridade de adaptação na orla costeira, 62% aposta na recuperação dos sistemas dunares, 14% em medidas como a retirada de edificações de zonas de risco e a colocação de sedimentos em praias e 11% na construção de novas estruturas fixas de proteção.

À pergunta “qual deve ser a prioridade para reduzir a vulnerabilidade às secas em Portugal”, a maioria dos participantes (70%) aposta na reabilitação das redes de abastecimento para reduzir perdas (37%) e no aproveitamento da água da chuva para rega urbana (33%), com apenas 13% a defender a construção de novas barragens.

A razão pela qual Portugal “é tão vulnerável aos incêndios florestais” deve-se à falta de ordenamento florestal, resposta de 57% dos participantes, enquanto 31% defende que decorre do abandono do mundo rural.

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