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Universitários apontam ansiedade e perturbações do sono como consequências da pandermia

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 08-06-2022

O uso excessivo de ecrãs, o comportamento sedentário, a ansiedade e depressão e as perturbações no sono foram algumas das consequências da pandemia de covid-19 apontadas pelos caloiros universitários que participaram num estudo da Universidade de Lisboa.

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O trabalho, enquadrado no projeto HOUSE-Colégio F3 e que envolveu alunos do primeiro ano de 17 faculdades da Universidade de Lisboa, pretendeu conhecer o perfil de saúde e estilos de vida dos estudantes à entrada do ensino superior. Recolheu dados entre março e maio de 2021, apanhando os chamados “caloiros da pandemia”.

A psicóloga clínica Margarida Gaspar de Matos, uma das investigadoras envolvidas, diz que a equipa tinha pensado fazer o estudo antes – mas entretanto foi apanhada pela pandemia – e sublinha o facto de estes alunos terem acabado por passar por uma entrada na faculdade “bem diferente do que imaginavam”.

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“Estes foram os que entraram para faculdade com uma expetativa, numa situação que exige muito esforço, e de repente acontece uma coisa diferentes, pois apanharam a universidade fechada”, afirmou, lembrando que isso teve um impacto diferente nestes caloiros.

Questionados sobre os problemas que a pandemia trouxe, grande parte apontou o uso excessivo de ecrãs (89,9%), o comportamento sedentário (87,6%), a ansiedade (84,5%), as preocupações (76%), a depressão (74,8%), as perturbações na qualidade do sono (69,4%), os conflitos familiares (61,8%), a má nutrição (58,4%) e perturbações na quantidade do sono (57,4%). Cerca de 39% ainda referem o aumento de jogos ‘online’.

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Sobre os potenciais aliados para enfrentar os problemas relacionados com a pandemia, a maioria aponta as ligações familiares (75,2%), menos fadiga (50,2%) e o terem mais tempo (39,8%).

O estudo pretendeu caracterizar esta população universitária em seis dimensões: saúde e bem-estar, substâncias psicotrópicas e potencialmente indutoras de dependência, atividade física, hábitos alimentares, questões físicas e emocionais, literacia e conhecimento.

O trabalho, que será apresentado na quinta-feira na reitoria da Universidade de Lisboa, refere que, em termos físicos, estes estudantes apresentavam em média um índice de massa corporal dentro dos parâmetros normais, quase metade (43,3%) considera ter um peso ideal para a sua altura e 40,3% não fazem dieta.

Quanto aos hábitos alimentares, a maioria dos participantes (59,6%) disseram fazer, em média, quatro a seis refeições por dia. A refeição menos vezes realizada é a ceia (47,7% nunca faz), seguida da refeição do meio da manhã.

Mais de metade toma pequeno-almoço (mais do que leite/iogurte ou sumo de frutas) todos os dias da semana (64,2%), sendo esta frequência superior nos dias de fim de semana (70,4%). Contudo, há 5,8% que dizem nunca tomar o pequeno-almoço.

Em relação ao almoço, 30,3% dos participantes usam o refeitório da própria faculdade ou instituto e a maioria (78,1%) come apenas o prato principal. Há 6,3% dos que responderam que disseram não almoçar.

Segundo o estudo, a maioria (89,5%) não apresenta adesão ao padrão alimentar mediterrânico. Cerca de 88,8% dos participantes disseram usar azeite como principal gordura para cozinhar, no entanto apenas 6,7% utilizavam o equivalente a quatro ou mais colheres de sopa por dia.

Quanto ao consumo de carne, mais de metade (55,7%) disse consumir preferencialmente carne branca em detrimento da carne vermelha, porém 66,8% consome uma ou mais porções de carne de vaca, porco, hambúrgueres ou salsichas por dia e cerca de 13,4% comem menos de uma porção de peixe ou marisco por semana.

Já quanto aos produtos hortícolas, uma percentagem maior de estudantes (55,8%) tende a comer duas ou mais porções diariamente, estando de acordo com as recomendações da dieta mediterrânica. O mesmo não se verifica para o consumo de fruta, uma vez que apenas 23,3% ingerem três ou mais peças diariamente.

No que se refere à literacia nutricional, a maioria dos participantes (83,8%) evidencia conhecimentos adequados, mas no que se refere à segurança alimentar há um maior desconhecimento relativamente à correta higienização de superfícies da cozinha (76,1% reponderam erradamente) e no consumo do iogurte após passar o prazo de validade (53,7%).

Mais de um terço dos estudantes respondeu de forma errada à questão sobre contaminação cruzada durante o manuseamento de utensílios de cozinha.

O estudo realça ainda que a forma de arrumação dos alimentos no frigorifico e o armazenamento de sobras de refeições foram os aspetos onde as frequências de desconhecimento foram mais elevadas (55,1% e 19,4%, respetivamente).

Quanto à literacia em saúde, a maioria dos jovens sabe que os antibióticos ajudam a combater as bactérias (80,5%) e quase três em cada quatro (72,9%) referem que pode ter uma ação pessoal a impedir a resistência aos antibióticos se os tomar apenas depois de consultar o médico e de lhe serem prescritos.

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