Coimbra

Universidade e Câmara pagam para jornal Público dizer bem do nosso património

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 10-07-2018

Notícias de Coimbra quis saber quem pagou o “suplemento patrocinado” sobre o “Património Mundial de Portugal”, encartado na edição de 21 de junho, do jornal Público.

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“Batemos à porta” da Universidade de Coimbra para perguntar se foi ela que  pagou para um jornal com vendas residuais dizer bem da Coimbra da Unesco. Foi a UC que patrocinou o encarte? De que forma?

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A  Reitoria responde que  a Universidade de Coimbra nada pagou, o que, como se verá mais adiante, não é bem assim

Mas alguém pagou que esta parte do jornal, que quase toda a gente mete de lado, que é feita para ganhar dinheiro sem grande trabalho?

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A UC admite que as “várias entidades com responsabilidade na classificação pela UNESCO da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, como património da humanidade, decidiram no âmbito da associação RUAS pagar um encarte de 16 páginas num jornal de prestígio de circulação nacional, por 6000 euros, no âmbito das comemorações dos 5 anos da classificação”.

Notícias de Coimbra constata que a maior parte do encarte pago pela RUAS tem nada mais nada menos do que 7 das 11 páginas de texto ocupadas com notícias outros “14 patrimónios culturais classificados em Portugal”, pelo que se conclui que Coimbra, que teve direito às outras 4 páginas + capa, anda a pagar a promoção dos Açores, Lisboa, Tomar, Batalha, Évora, Alcobaça, Sintra, Porto, Côa, Madeira, Guimarães, Douro e Elvas.

Os únicos 3 anúncios inseridos no “Suplemento patrocinado” são da Universidade de Coimbra Alta e Sofia (1/2 página), Sons da Cidade e EUSA Games (1 página cada) são os únicos 3 anúncios inseridos no suplemento.

Qual o valor pago pela UC? A UC afirma que nada pagou. “Todas as 16 páginas estão incluídas no preço do encarte pago pela associação RUAS”, salienta a instituição liderada por João Gabriel Silva, que assim admite que apesar dos anúncios serem de entidades diferentes, com personalidade jurídica distinta, são todos pagos pelo mesmo, pela mesma RUAS.

A RUAS,  que é financiada pela Universidade de Coimbra, que assim pagou parte do que foi investdo no “jornal de prestigio” com vendas residuais, saindo a outra parte da Câmara Municipal de Coimbra, que, como se poder ler no encarte no diário da SONAE, não se importa de “torrar o dinheiro dos conimbricenses” no diário “fetiche” de uma Vice-Reitora da instituição do ensino superior.

Falamos de Clara Almeida Santos, que nos últimos anos “investiu” milhares de euros na desconhecida edição brasileira do jornal do dono dos hipermercados Continente.

A Associação RUAS (Recriar a Universidade, Alta e Sofia) tem como fundadores a Universidade de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra, a Direção Regional da Cultura do Centro  e a Coimbra Viva (Sociedade de Reabilitação Urbana).

Pretende, entre outras coisas com mais ou menos valor,  salvaguardar, promover e gerir o território afeto ao Bem designado por Universidade de Coimbra – Alta e Sofia, nos termos da classificação de Património Mundial atribuída pela UNESCO.

A RUAS é a entidade que demorou 4 anos a colocar as placas do Patromónio Mundial nas vias de acesso a Coimbra e anda há 5 anos para afixar a sinalética da UNESCO no perímetro urbano.

Directa ou indirectamente, a RUAS, que não actualiza o site deste 2016, está topo da pirâmide de uma espécie de comandita entre a CMC, a UC e entidades privadas que organizarem eventos como os Sons da Cidade (destinado a elites de Coimbra amantes de tradições tão nossas como o Jazz) ou a Bienal AnoZero  (que plantou o que o Museu junto à Ponte de Santa Clara).

Este tipo de expediente tem permitido que a CMC e a UC façam dezenas de contratações ao arrepio das boas normas da contratação pública.

Recordamos que o jornal Público encerrou a sua delegação em Coimbra, tendo apenas um correspondente na cidade.

 

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