Coimbra

Universidade de Coimbra diz estar disponível para gerir iParque

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 13-07-2018

 

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A Universidade de Coimbra (UC) está disponível para gerir o iParque – parque de ciência e tecnologia –, caso este seja incorporado na autarquia local, disse à agência Lusa Amílcar Falcão, vice-reitor da instituição.


Segundo o vice-reitor, a UC e o Instituto Pedro Nunes (IPN) estão a preparar “uma intervenção mais robusta” no iParque, “em conjugação com a autarquia”, acionista maioritária (com cerca de 90% do capital) da sociedade anónima Coimbra Inovação Parque, cuja composição inclui também a Universidade de Coimbra, a Associação Comercial e Industrial da cidade e diversas empresas.

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Questionado pela Lusa, Amílcar Falcão esclareceu que a intervenção da UC no iParque não passa por uma maior participação no capital da futura entidade que irá gerir o equipamento após este ser eventualmente internalizado na autarquia, mas sim “arranjar uma forma de ajudar” a desenvolver o parque de ciência e tecnologia.

“Eles [a autarquia] vão ter de internalizar o iParque por causa da lei 50 [que estipula o regime jurídico das participações locais em empresas municipais] e depois nós podemos, juntamente com a Câmara, arranjar uma solução de gestão para aquilo”, frisou Amílcar Falcão.

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O vice-reitor para as áreas da investigação, inovação e fundos estruturais adiantou que “ainda não se conseguiu arranjar um modelo de governação suficientemente proativo no sentido de conseguir dinamizar mais o iParque”.
“Tem vivido mais afogado em problemas jurídicos, de governo, de obras e menos focado naquilo que é a sua missão”, alegou, reafirmando a disponibilidade da UC em colaborar na gestão.

Amílcar Falcão notou ainda que o parque de ciência e tecnologia “talvez tenha nascido com mais ambição do que aquela que era possível quando nasceu” em 2004 e que a dimensão “é um problema”.

“A prova disso é que se está a pensar fazer uma reprogramação do iParque no sentido de diminuir o tamanho dos lotes, para facilitar a construção, porque os lotes são muito grandes”, explicou Amílcar Falcão.

“Se o investimento para comprar um lote e construir já é um investimento muito grande, teria sido preferível fazê-lo mais contido e fazer depois outras fases de crescimento”, continuou o vice-reitor da UC.

Exemplificou com outras infraestruturas de menor dimensão existentes no distrito de Coimbra, como o IteCons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade), que nasceu com um edifício “fez dois e vai fazer o terceiro” ou o parque de biotecnologia (Biocant) de Cantanhede, “que nasceu com um, fez dois e três e agora tem quatro” edifícios, embora notando que o iParque não se destina a ‘spin-offs’ (que podem ocupar só uma sala, como no Biocant), mas sim a empresas já estabelecidas.

Amílcar Falcão disse ainda que entidades como o IteCons, Biocant ou IPN, entre outros, possuem taxas de ocupação das infraestruturas de 80% a 95%, enquanto a do iParque é “muito baixa”, situando-a em cerca de 30%.

“O problema é este, o iParque é demasiado grande para a capacidade das empresas lá se instalarem e para a capacidade de Coimbra captar e reter empresas de grande dimensão”, argumentou Amílcar Falcão.

Notícias de Coimbra aguarda que a Câmara Municipal de Coimbra confirme ou desminta estas “negociações secretas” com a Universidade de Coimbra.

No final do seu primeiro mandato e na primeira reunião conhecida com a administração do iParque, Manuel Machado reafirmou que o parque de ciência e tecnologia de Coimbra iria ser incorporado na autarquia e iria adotar um novo modelo de gestão e nova administração, o que ainda não aconteceu.

“Vamos naturalmente ter de adotar uma nova gestão e um novo modelo de gestão para o iParque e, depois das indispensáveis negociações com os acionistas”, internalizá-lo e “resolver o buraco financeiro”, que é de “mais de seis milhões de euros” acrescentou o atual presidente da Câmara, que falava aos jornalistas durante uma ação de campanha em 2017.

As alterações implicam a criação de “uma entidade, com estatuto próprio”, sublinhou o socialista Manuel Machado, que 5 anos após a sua “reencarnação municipal” mantém em funções a administração nomeada pelos seus antecessores do PSD.

Manter-se-ão a participação direta do município e dos acionistas interessados, adiantou Manuel Machado, destacando que a internalização da empresa na Câmara visa resolver “a questão do buraco financeiro”, responsabilizando-se o município pelos “compromissos que o iParque assumiu com terceiros, incluindo bancos”.

O parque é atualmente detido pelo município, com uma participação de cerca de 90%, e por 11 outras entidades, como a Universidade, o Instituto Pedro Nunes e empresas que nunca fizeram o que tinham prometido.
“A alternativa seria a liquidação da empresa [gestora do parque], com devolução de fundos europeus”, mas isso “já está resolvido”, frisou o autarca e candidato.

A “internalização” do iParque pela Câmara Municipal de Coimbra pode custar 7 milhões de euros à Câmara Municipal de Coimbra.

Manuel Machado confessou numa reunião da Câmara Municipal de Coimbra que o município pode ser “obrigado” a devolver 7 milhões de euros de fundos europeus por causa da inevitável extinção da empresa Coimbra Inovação Parque SA.

O líder do município conimbricense adiantou nessa dia que ia contratar uma entidade especializada na área financeira e jurídica para evitar a obrigatoriedade de devolução dos dinheiros da Europa, mas ainda não deu conta do que foi apurado.

Recordamos que o Conselho de Administração do iParque tem apenas dois elementos (Magalhães Cardoso e Paulo Mendes) desde que Veiga Simão abandonou (em abril de 2015) as funções que para ocupar o cargo de Vice-Presidente da CCDRC.

Segundo dados disponíveis na Conservatória do Registo Comercial de Coimbra o mandato desta administração terminou em 15 de maio de 2016 e de acordo com o deputado municipal Nuno Freitas não aprovou as contas desse ano.

A Câmara Municipal de Coimbra é a principal acionista da Coimbra Inovação Parque, com 90,23%. A lista de acionistas inclui ainda a Universidade de Coimbra (1,79%), a SI Vales – Saúde e Vida, SGPS, Lda. (1,62%), a Associação Comercial e Industrial de Coimbra (1,44%) e o Novo Banco (1,44%).

O Conselho de Administração do Coimbra Inovação Parque é liderado por Paulo Mendes em representação da falida Associação Comercial e Industrial de Coimbra.

O edil nunca explicou porque mantém em funções Paulo Mendes, comerciante na área da decoração.

 

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