Coimbra

Universidade de Coimbra despede líder de Centro de Estudos Russos

António Alves | 12 meses atrás em 10-05-2023

Vladimir Pliassov, responsável pelo Centro de Estudos Russos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi despedido pela instituição de ensino. Em declarações à Rádio Renascença, o reitor Amílcar Falcão disse que depois de conhecer os factos que levaram às queixas dos ativistas ucranianos não restou outra alternativa senão despedir o docente.

PUBLICIDADE

A acusação de que este docente estaria a desenvolver naquela universidade propaganda pró-Putin e a favor da invasão da Ucrânia partiu de dois ativistas ucranianos com ligações a esta universidadede. No artigo de opinião publicado no Observador e no Jornal Proença, assinado por Olga Filipova e Viacheslav Medviedev, é dito que a Universidade de Coimbra está a ser “um espaço para transmitir a propaganda imperial russa e a cultura que criou a Rússia moderna”.

O caso ganhou maior mediatismo quando José Milhazes abordou esta terça-feira à noite a questão no espaço “Guerra Fria” do Jornal da Noite da SIC. Nas declarações à Emissora Católica, Amílcar Falcão disse que “a gravidade da situação obriga-me a fazê-lo (despedimento). A contratação, ou melhor, a existência de um contrato com a Universidade de Coimbra não foi feita com o meu conhecimento. Assim que tomei conta do que se estava a passardei indicações para a rescisão do contrato e, portanto, o contrato nesta hora deve já estar rescindido”.

PUBLICIDADE

publicidade

Para o docente, as referências naquele texto configuram “obviamente uma situação que eu considero muito grave dentro da universidade”.  No entender dos ativistas, Vladimir Ivanovitch Pliassov seria o principal representante da Fundação Russkiy Mir (instituição que promove a cultura e língua russa pelo mundo) em Portugal e tinha a responsabilidade de promover denominações geográficas da Ucrânia de acordo com a visão russa, e ainda de distribuir entre os alunos a “fita de São Jorge” – uma fita de três riscas pretas e duas riscas cor-de-laranja.

Trata-se de um símbolo proibido na Ucrânia, Letónia, Lituânia, Moldávia, Geórgia, assim como em alguns estados alemães. Desde 2014, tem sido símbolo oficial da “luta russa contra o fascismo”, incluindo a “guerra contra os fascistas ucranianos” e utilizado por manifestantes pró-russos, terroristas pró-russos e tropas russas nos territórios ocupados da Ucrânia.

PUBLICIDADE

No ano passado, e durante 10 anos, o Centro de Estudos Russos da UC recebeu fundos do Kremlin através da Fundação Russkiy Mir. Uma situação que terminou o ano passado, segundo o reitor Amílcar Falcão, com o início da guerra na Ucrânia e por ordem direta dele. “Já há um ano e tal que deixámos de ter apoio da entidade russa que apoiava o Centro. Recebia um valor do Estado russo e desde 2021 que nada recebemos. Foi uma ordem direta minha e a própria reitoria se substitui à Rússia no apoio ao centro”, frisou.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE