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União Africana rejeita africanos como cobaias

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 23-04-2020

O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse hoje que será o primeiro a voluntariar-se para um ensaio clínico “adequado e credível”, rejeitando a utilização dos africanos como cobaias.

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“Os africanos são perfeitamente capazes de coordenar e implementar ensaios clínicos, mas o que emerge é que os africanos vão ser usados para testar vacinas como se fossem cobaias, e isso é errado; se houver uma vacina credível e adequada eu serei o primeiro a testá-la”, prometeu John Nkengasong.

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O responsável aludia a uma posição expressa no início do mês por dois médicos franceses, que sugeriram a realização de testes de vacinas contra a covid-19 em África.

Durante a conferência de imprensa semanal, realizada em formato virtual, o diretor do África CDC defendeu que “os critérios aplicados nos Estados Unidos, na Europa ou na Ásia devem ser aplicados aqui” e argumentou que “os africanos devem participar em todos os tipos de pesquisa, não apenas como participantes nos ensaios, mas também como coordenadores, cientistas e investigadores, porque há muitos africanos capazes que sabem como fazer ensaios clínicos”.

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John Nkengasong deu o exemplo da experiência de vários países na abordagem ao Ébola e lembrou que “a vacina para esta doença foi feita em África”.

Questionado sobre a relação com a China e sobre o papel deste país na divulgação de informações sobre a doença logo no início, o diretor do CDC África respondeu que primeiro é preciso vencer a pandemia.

“Agora estamos em guerra com a covid-19, temos de nos focar em estratégias para ganhar, e é demasiado cedo; quando isto acabar todos vamos avaliar o papel não só da China, mas de todos, e também de África enquanto continente, ver o que sabemos e o que fizemos, mas será uma análise depois da guerra ganha, e aí vamos apurar responsabilidades e definir estratégias para o futuro”, afirmou.

De acordo com o CDC, nas últimas 24 horas, o número de mortos registados subiu de 1.191 para 1.242 enquanto as infeções aumentaram de 24.686 para 25.937.

O número total de doentes recuperados subiu de 6.425 para 6.534.

O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença com 10.990 casos, 867 mortos e 2.763 doentes recuperados.

Na África Ocidental, há registo de 6.183 infeções, 158 mortos e 1.794 doentes recuperados.

A África Austral contabiliza 77 mortos em 3.893 casos de covid-19 e 1.123 doentes recuperados.

A pandemia afeta 52 dos 55 países e territórios de África, com cinco países – África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos e Camarões – a concentrarem quase metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.

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