Educação

Um em cada dez alunos do ensino superior é estudante internacional

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 10-10-2022

Um em cada 10 alunos do ensino superior nos países da OCDE é estudante internacional, sendo que a maior parte é procedente da China e da Índia e estuda sobretudo nos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.

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Segundo o relatório “O Panorama das Migrações Internacionais da OCDE 2022”, hoje divulgado pela organização internacional de cooperação, havia, em 2020, 4,4 milhões de estudantes internacionais matriculados nos 38 países em causa, o que representa 10% de todos os alunos do ensino superior.

Os países para onde vão mais estudantes são os Estados Unidos (22% do total), seguidos pelo Reino Unido (13%) e pela Austrália (10%), indica o documento assinado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

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“Desde 2010, houve um forte aumento de estudantes internacionais na OCDE praticamente em toda parte”, refere o relatório hoje apresentado, adiantando que as subidas menos significativas foram registadas em destinos como os países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) e a Eslovénia.

Embora os destinos dos estudantes internacionais se tenham diversificado na última década, os principais países de origem dos alunos permaneceram estáveis, com a China e a Índia a representarem 22% e 10% do total, respetivamente.

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Refira-se que, de acordo com o relatório, “um em cada 12 estudantes internacionais na OCDE é um estudante chinês nos Estados Unidos”.

O número de vistos para estudar costuma aumentar durante as crises de refugiados, como é o caso da atual associada à guerra na Ucrânia, já que a educação é, em conjunto com a migração humanitária, uma das formas mais viáveis de conseguir proteção internacional.

Estes migrantes têm, normalmente, um nível alto de educação, até porque, em todos os países da OCDE, as autorizações de estudo e vistos para bolsas académicas são emitidos principalmente para estudantes do ensino superior.

A análise deste fenómeno que tem sido feita, desde 2017, pela OCDE e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mostra que, em 2019, as autorizações de entrada para estudar representaram 15% do total de vistos concedidos por motivos não humanitários a populações cujos países estavam em crise: Afeganistão, Eritreia, Irão, Iraque, Somália, Síria e Venezuela.

Estes migrantes, muitas vezes chamados de “talentos”, costumam ser alvo de tentativas de fixação por parte dos países para onde vão estudar.

Em 2019, a OCDE avaliou pela primeira vez como os países da organização conseguiam atrair este tipo de migrantes, tendo concluído que os cinco países favoritos para permanecer depois dos estudos são a Suíça, Noruega, Alemanha, Finlândia e Estados Unidos.

Embora os destinos onde se fala inglês sejam sempre uma escolha óbvia para quem vai estudar para fora, países como a Noruega, a Alemanha e a Suíça têm a vantagem de permitirem acesso ao trabalho durante os estudos.

No entanto, as perspetivas futuras também são consideradas, favorecendo países como França e Itália, que permitem uma transição fácil para autorizações de trabalho após a graduação.

Na última década, os países da OCDE adotaram políticas para reter os estudantes internacionais após a conclusão dos estudos, permitindo que fiquem no país, entre 12 e 24 meses após o fim do percurso académico, para procurar emprego, mas o sucesso destas iniciativas varia muito.

Cinco anos depois da entrada inicial no país, mais de 60% dos estudantes internacionais que obtiveram uma permissão em 2015 ainda estavam presentes no Canadá e na Alemanha, com os indicadores a descerem um pouco – para cerca de metade – na Austrália, Estónia e Nova Zelândia, e para cerca de dois em cada cinco em França e no Japão.

No Reino Unido apenas um estudante em cada seis fica em solo britânico e na Dinamarca, Itália, Noruega e Eslovénia menos de um em cada sete.

Os estudantes da China e da Índia, os dois maiores grupos de estudantes internacionais da OCDE, mostram comportamentos diferentes em relação aos países de acolhimento, com os primeiros a registarem uma taxa de permanência mais alta.

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