Coimbra

Turismo do Centro pede apoio para recuperação de mais de uma centena de empreendimentos

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 22-10-2018

 

 

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 O presidente da Turismo Centro pediu hoje ao Governo e ao Turismo de Portugal a “criação imediata de medidas de apoio” a mais de uma centena de empreendimentos atingidos pela passagem na região da tempestade Leslie.

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A primeira medida de apoio passa pela criação de uma “linha de tesouraria”, que funcione como um fundo de maneio, ajudando os empresários mais afetados a cumprir obrigações financeiras a curto prazo, nomeadamente o pagamento de salários.

“Já fizemos essa proposta ao Turismo de Portugal e estamos a aguardar uma resposta”, disse à Lusa o presidente da Turismo Centro, Pedro Machado, lembrando que uma linha semelhante funcionou com bons resultados após os incêndios de 2017.

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A Turismo Centro propôs ainda à Secretaria de Estado do Turismo a criação de “uma linha de crédito especial”, semelhante à que foi criada para o setor agrícola. “O objetivo é minimizar o impacto daquilo que não está coberto pelos seguros, ou, eventualmente, verbas ou operações que não tenham elegibilidade, proporcionado aos empresários um instrumento financeiro que lhes permita amenizar a situação”, refere.

O levantamento dos prejuízos causados pela passagem da tempestade na região ainda está a decorrer, num trabalho partilhado entre a Turismo Centro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e os municípios afetados.

Nesta altura, sublinha Machado, ainda não existe uma estimativa financeira total. A tempestade tropical atingiu mais de uma centena de empreendimentos turísticos em 31 concelhos, havendo a registar prejuízos em hotéis, unidades de turismo rural, parques de campismo, restaurantes, parques de diversões e escolas de surf.

A orla costeira entre Leiria e Aveiro foi a zona mais afetada, sobretudo na Marinha Grande, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Cantanhede, Mira, Vagos e Ílhavo, mas a destruição atingiu zonas do interior, como Soure, Penacova, Anadia, São Pedro do Sul ou Figueiró dos Vinhos.

A unidade mais atingida foi o Parque de Campismo do Cabedelo, na Figueira da Foz, onde as primeiras estimativas apontam para mais de um milhão de euros de prejuízos. No concelho vizinho, Montemor-o-Velho, há a registar meio milhão de prejuízos no parque de diversões Europaradise. Há danos avultados também em hotéis da Figueira da Foz e Curia e em unidades rurais de Penacova e São Pedro do Sul, por exemplo.

“O levantamento ainda não está concluído, mas tudo aponta para graves prejuízos, numa zona onde há unidades que ainda não recuperaram completamente dos incêndios de 2017”, frisa Pedro Machado, lembrando que em pouco mais de um ano o Centro do país foi afetado por três catástrofes naturais que deixaram um rasto de destruição e morte. “A única coisa positiva da passagem da tempestade é a de não haver vítimas mortais”, reconhece Machado.

A Turismo Centro começou já a trabalhar numa campanha de promoção da região destinada a atrair visitantes, em especial para as festas do final do ano. Numa primeira fase, a campanha será destinada ao “mercado nacional alargado” (Portugal e algumas regiões de Espanha), mas Machado admite que seja estendida a outros países.

Vai ser também feita uma campanha, semelhante à que ocorreu com sucesso no ano passado, que aposta na criação e venda de cabazes de Natal com produtos do Centro do país. “Será mais uma oportunidade para os portugueses manifestarem a sua extraordinária solidariedade com esta região”, resume Machado.

A passagem da tempestade tropical Leslie nas zonas mais afetadas de Portugal terá causado ventos de 180 a 190 quilómetros/hora, superiores aos registados nas estações meteorológicas oficiais, segundo estimativa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Na Figueira da Foz, a rajada de 176km/hora foi a mais elevada registada nas estações meteorológicas do IPMA, em Portugal.

A passagem do Leslie por Portugal, a 13 e 14 de outubro, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.

A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.

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