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Trabalhadores de call center de Coimbra em greve contra precariedade

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 01-04-2021

Os trabalhadores do ‘call center’ da empresa Randstad em Coimbra, que trabalha para a NOS, iniciaram hoje uma greve em protesto contra a ausência de resposta às suas reivindicações na luta contra a precariedade naquele setor.

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Em declarações à agência Lusa, o delegado de Coimbra do Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC), Nuno Cerqueira, acusou a Randstad de estar a proceder a despedimentos de vários trabalhadores com contratos a termo incerto, por alegada redução da atividade.

“A Randstad opta pela completa ausência de diálogo e procede neste preciso momento a despedimentos por ‘caducidade’ de vários trabalhadores com contratos a termo incerto, alegando redução de atividade e responsabilizando por esse facto o cliente NOS, que ergueu um muro de silêncio há cerca de um ano”, disse.

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Os trabalhadores estão em greve até segunda-feira “não apenas para recuperar os seus rendimentos retirados de forma unilateral e injusta, mas também para protegerem os seus próprios postos de trabalho, os quais têm todas as razões para temerem que sejam extintos sem qualquer razão objetiva”.

“Esta decisão resulta da reiterada e contínua ausência de resposta ao caderno reivindicativo elaborado pelos trabalhadores e enviado à empresa ainda em 2020, que continua a optar pela completa ausência de diálogo”, salienta Nuno Cerqueira.

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Do caderno reivindicativo, ressalta a exigência de que seja restituído o subsídio fixo de 200 euros para todos os trabalhadores, que “não deve estar sujeito a cortes senão na proporção a eventuais faltas dadas, na mesma medida em que sucede com o salário-base”.

O subsídio “não deve impedir eventuais futuras atualizações do Salário Mínimo Nacional e não pode igualmente interferir com o pagamento de comissões ou prémios referentes ao cumprimento de objetivos”.

Os trabalhadores reivindicam ainda igualdade no pagamento do subsídio de alimentação, que deve ser de 7,63 euros diários, bem como a efetivação de todos os trabalhadores ao fim de três anos de trabalho, com efeitos retroativos.

Defendem também o aumento do tempo de pausa para seis minutos por hora, a contabilização e pagamento do tempo trabalhado após o término do horário de trabalho mediante o estabelecido por lei e horários fixos, sem serem sujeitos a alterações.

Segundo o caderno reivindicativo, os trabalhadores devem ter o direito de escolher entre o pagamento do subsídio de alimentação em cartão de refeição ou em numerário, pago juntamente com vencimento mensal, e as fórmulas de cálculo dos prémios e comissões “dependentes de objetivos comerciais ou outros devem ser afixadas e do conhecimento de todos os trabalhadores”.

O STCC defende que as fórmulas de cálculo dos prémios e comissões devem ser mantidas sem alterações por períodos mínimos de um ano e que os custos adicionais que resultam do regime de teletrabalho (despesas de energia, Internet e água) “devem ser consubstanciados através dum subsídio fixo, igual para todos os trabalhadores neste regime, independentemente da sua antiguidade”.

A Randstad emprega atualmente 60 pessoas no ‘call center’ de Coimbra, tendo, segundo Nuno Cerqueira, despedido 14 trabalhadores desde dezembro, cuja reintegração é também exigida na greve que teve início hoje e se prolonga até segunda-feira.

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