Cidade

Terreiro da Erva: Prémio Vilalva atribuído à recuperação da Fábrica da Cerâmica Antiga de Coimbra

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 17-04-2019

O prémio Vilalva, que distingue projetos para a recuperação e valorização do património, foi este ano atribuído à reabilitação do edifício da Cerâmica Antiga de Coimbra, um projeto da arquiteta Luísa Bebiano e do Atelier do Corvo.

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De acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, promotora deste prémio, o júri do prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva deliberou, por unanimidade, atribuir o prémio à reabilitação do edifício da Cerâmica Antiga de Coimbra, um projeto de coautoria da arquiteta Luísa Bebiano e do Atelier do Corvo (Carlos Antunes e Desirée Pedro).

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Nesta 11.ª edição do prémio, foram ainda distinguidos dois outros projetos, com menções honrosas: o projeto Letreiro Galeria e a reabilitação e conservação da Livraria Lello.

O projeto vencedor candidatou-se com um plano de intervenção que “pretende mostrar uma das seculares artes de Coimbra, inserida num espaço recuperado com as melhores técnicas de restauro, mantendo-se um diálogo em aberto nos processos de projeto e fabrico artesanal com uma linguagem contemporânea de intervenção”.

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A Gulbenkian especifica que foi também tida em consideração a dinâmica cultural do projeto.

Assim, a escolha teve por base, por um lado, a pertinência de intervir no Terreiro da Erva, que é uma zona da cidade de Coimbra que apresenta sinais de degradação evidente e de uma certa marginalidade.

Por outro lado, o facto de o projeto ter um caráter marcadamente personalizado e familiar, o que o júri considera merecer ser destacado quando inserido numa sociedade marcada pela lógica das grandes corporações.

A relevância cultural da fábrica – devido à manutenção de uma tradição e recuperação de saberes – e consequente sustentabilidade económica do projeto, o mérito de recuperar um edifício que esteve prestes a ser demolido, e o facto de se tratar de um ‘work in progress’, em constante melhoria e projetado para o futuro, foram outros aspetos que o júri valorizou.

“Em suma, o júri quis dar destaque à excecionalidade – de localização, de programa, de forma de concretizar – do projeto de reabilitação do edifício da Cerâmica Antiga de Coimbra e à sua escala humana, esperando que este possa servir de exemplo a outras localidades”, destaca a Gulbenkian.

O júri, constituído por António Lamas, Raquel Henriques da Silva, Gonçalo Byrne, Santiago Macias, Luís Paulo Ribeiro e Rui Vieira Nery, atribuiu ainda uma menção honrosa ao projeto Letreiro Galeria, que se tem afirmado na recolha, conservação e estudo dos letreiros impressos e luminosos, tabuletas, guarda-ventos com ‘letterings’ e outros grafismos comerciais.

Sustenta o apoio a este projeto o facto de estes letreiros serem “fundamentais para a preservação da memória do espaço urbano lisboeta, a sua evolução ao longo dos tempos e para o conhecimento da história das artes gráficas, do design e das indústrias criativas em Portugal”.

O plano é instalar um “armazém expositivo”, que deverá contribuir para uma maior consciência coletiva da riqueza e necessidade de preservação deste património.

A outra menção honrosa foi para a reabilitação e conservação da Livraria Lello, estabelecida em 1906 na cidade do Porto, que associa a requalificação do espaço arquitetónico com a revitalização e expansão da sua função como espaço de Cultura.

No valor de 50 mil euros, o prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva distingue projetos de excelência na área da conservação, recuperação, valorização ou divulgação do Património português, imóvel ou móvel.

Este prémio foi instituído em 2007, no seguimento da aquisição, à Fundação Eugénio de Almeida, do remanescente do Parque de Santa Gertrudes, o que permitiu, quase 50 anos depois, reunificar o Parque, cuja maior parte é propriedade da Fundação Gulbenkian desde 1957.

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