Saúde

Tenha cuidado quando consumir peixe. Há benefícios mas também riscos

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 12 meses atrás em 29-04-2023

Sabia que Portugal é o maior consumidor de pescado da União Europeia? Posto isto, torna-se um país suscetível aos elementos que intoxicam o peixe. Falamos de mercúrio, dioxinas e parasitas. Por isso, neste artigo fique a par dos benefícios e dos riscos do consumo de peixe.

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É seguro comer pescado? Sim, garante o nutricionista Nuno Borges, da Associação Portuguesa de Nutrição (APN) à Notícias Magazine. “É seguro, saudável e recomendado”, contudo “como em qualquer produto alimentar, quando consumido em excesso, acarreta riscos. Mas basta conhecê-los e compreendê-los para garantirmos que o consumimos da forma menos ‘problemática’ possível.”

Há quem diga que é pouco seguro comer peixe, isto por causa da presença de mercúrio no animal, tudo isto após um relatório do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), que detetou a presença de espécies com elevado teor de mercúrio em mais de um terço das ementas escolares. “Trata-se de espécies como a maruca, o cação, a tintureira. O PNPAS classificou estas espécies no seu relatório como ‘potencialmente perigosas'”, refere a publicação.

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Mas fique a saber que o mercúrio é um metal que, estando no ar e ir para a superfície através das chuvas, polui os meios aquáticos. A água infetada intoxicará os organismos que lá vivem. “O mercúrio não é excretado pelos organismos, o que faz com que se acumule ao longo do tempo”, avança Nuno Borges à Notícias Magazine. Assim, cada vez que um peixe come outro, os níveis de mercúrio vão aumentando. “Cada vez que eu subo um nível trófico (nível na cadeia alimentar) a concentração de mercúrio aumenta dez vezes”, explica.

No entanto, há espécies mais suscetíveis à contaminação por mercúrio: “Aqueles peixes que são os predadores de topo da cadeia alimentar – peixe-espada, espadarte, lúcio e tudo o que são tubarões, como o cação e a tintureira”.

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É um problema no caso do consumo de peixe, “porque comemos o topo da cadeia alimentar” como “no caso da carne, não consumimos o que está no topo, como o leão ou a águia, porque, se consumíssemos, íamos ter o mesmo perigo”, menciona.

Não desanime, porque existem escolhas melhores. É o caso dos peixes mais pequenos e jovens ou que não se encontram no topo da cadeia alimentar. São mais seguros. Ou até mesmo enlatados.

Uma das formas de o tranquilizar são as garantias dadas pela ASAE. “O valor para o Hg (mercúrio) é de 0,5 mg/kg de peso no pescado em geral, com algumas exceções (por exemplo o atum e o peixe-espada) em que é admitido o valor máximo de 1 mg/kg”, lê-se no site da entidade.

E as espécies que se comem cruas, como é o caso do sushi, apresentam riscos para a saúde? Um estudo do Laboratório de Patologia Animal do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto alertou “para os perigos associados ao consumo de peixe cru”. “A anisaquíase, provocada pelo parasita anisakis, é um exemplo de doença causada pela ingestão deste preparado”, assinala investigação.

Para diminuir a probabilidade de ingerir este ou outros parasitas, “é recomendado que o peixe que é consumido cru ou malcozinhado, deve levar um tratamento de frio, que consiste em estar 24 horas a uma temperatura de 20 graus centígrados negativos”. “Para grelhados, cozidos ou assados, o parasita é morto com dez minutos a 70 graus”, especifica Maria João Santos. A investigadora alerta para alguns dos sintomas, como vómitos, diarreia e dores intensas de estômago ou intestino.

 

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