Coimbra

Técnicos de restauro concluíram curso com trabalho solidário em igreja de Arganil

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 12-08-2019

O CEARTE forma todos os anos 16 técnicos de Conservação e Restauro de Madeiras com um curso cuja última ação solidária foi a recuperação do altar-mor do Mosteiro de Folques, em Arganil.

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Os formandos de três turmas do curso de técnico especialista nesta área, criado há 10 anos pelo Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (CEARTE), com sede em Coimbra, participaram nos trabalhos de conservação, limpeza e restauro do altar-mor e de diversas peças da igreja do mosteiro, reaberta ao culto no dia 04.

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“É um curso de especialização tecnológica que tem uma boa procura e muito bons resultados nas saídas profissionais”, disse hoje à agência Lusa o diretor do centro, Luís Rocha.

A igreja foi reaberta à comunidade após ter sido objeto de “obras profundas de restauro por parte da Fábrica da Igreja Paroquial de Folques”, em que colaborou o CEARTE, em parceria com o Centro de Emprego e Formação Profissional de Arganil, distrito de Coimbra, segundo um comunicado da instituição dirigida por Luís Rocha.

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Os novos técnicos de restauro de escultura e talha participaram na recuperação das imagens de Santo Agostinho e de Cristo Crucificado, mísulas, portas de altar e retábulos, sob a orientação de Tânia Corte-Real, Patrícia Henriques Ventura e Paulo Martins Gouveia.

Trata-se de uma formação de 1.500 horas ancorada “em sólidas condições técnicas e humanas” e que decorre em oficinas e laboratórios, contando com “formadores especializados e equipas pluridisciplinares” e cumprindo “todos os requisitos técnicos e deontológicos”, de acordo com a nota.

“Este é um curso pioneiro e dos poucos no país nesta área, constituindo um contributo decisivo para garantir a preservação e salvaguarda do vasto património existente em Portugal”, sublinha o CEARTE.

Está previsto que os alunos tenham 1.000 horas nas oficinas do polo do CEARTE em Semide, concelho de Miranda do Corvo, “havendo ainda 500 horas de formação em contexto de trabalho”, em empresas de restauro e museus nacionais, além de uma ação solidária, que desta vez se concretizou no Mosteiro de Folques.

Sem tal ajuda, esta e outras instituições sem fins lucrativos “teriam muitas dificuldades em recuperar” o seu património, enfatizou Luís Rocha, informando que os mais recentes trabalhos solidários incluíram uma intervenção na Santa Casa da Misericórdia de Coimbra.

Ao longo de uma década, as diferentes edições do curso, limitado a 16 formandos, terminaram “todas com bons resultados”, referiu.

Com a duração de um ano, a formação de técnico especialista em Conservação e Restauro de Madeiras tem a colaboração do Instituto Politécnico de Tomar e da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Os formandos, segundo Luís Rocha, são selecionados entre candidatos com pelo menos o 12.º ano de escolaridade, registando-se também alguma procura da parte de “licenciados que pretendem uma reconversão profissional” na área da conservação e restauro de madeiras.

O CEARTE foi criado em 1986, com a celebração de um protocolo de cooperação entre o Estado, através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), e a Cáritas Diocesana de Coimbra.

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