Coimbra

Somos Coimbra condena “atentado ambiental no Mondego”

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 25-03-2021

O movimento Somos Coimbra diz que “a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) eliminou totalmente a vegetação ripícola da margem direita do Mondego, entre a praia do Rebolim e a ponte da Portela. O habitat da zona foi destruído e a margem do rio ficou completamente desprotegida contra a erosão, não tendo sido apresentada, até ao momento, qualquer justificação ou planeamento por parte da autarquia para esta intervenção tão drástica e anti-ecológica e sem que seja debatido ou aprovado nenhum projeto para aquele espaço nobre e sensível”. 

PUBLICIDADE

“Independentemente do fim a que se destinam os trabalhos de devastação efetuados”, o Somos Coimbra considera que a destruição das galerias ripícolas numa extensão de quase dois quilómetros é inteiramente condenável.

Depois de todos os recursos gastos a desassorear a zona do rio em frente à cidade, é inexplicável que agora se criem as condições para um rápido assoreamento, considera o movimento de José Manuel Silva.

PUBLICIDADE

Para o Somos Coimbra “é óbvio que esta intervenção da CMC vai originar o aumento da velocidade da corrente ampliando os efeitos negativos das cheias; e vai ainda contribui para desestabilizar a margem direita (pela falta das raízes de árvores e arbustos) tornando-a extremamente vulnerável à erosão pela corrente, pelo que é expectável que se percam grandes extensões de terreno nas próximas cheias, com os detritos a acumularem-se junto ao açude. Para além de destruir o abrigo e o alimento para a fauna terrestre e aquática, afetando a biodiversidade, é evidente que esta desmatação vai ainda dar origem à necessidade de um novo desassoreamento do rio em menos de 10 anos, tal como no Rebolim” 

O movimento liderado pelo candidato do PSD acrecnta que “para lá destas consequências ambientais óbvias, importa ainda sublinhar que a zona em causa integra: Domínio Público hídrico; Faixa de Proteção contígua à margem da Albufeira Açude; e Reserva Ecológica Nacional (Zonas Ameaçadas pelas Cheias e Áreas Estratégicas de Proteção e Recarga de Aquíferos). Logo, esta intervenção não poderia ter ocorrido sem o acordo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro – CCDRC, o que o Somos Coimbra não acredita que tenha acontecido, mas que agora deve pronunciar-se publicamente sobre a situação”. 

PUBLICIDADE

publicidade

O Somos Coimbra considera que é fundamental que a CMC venha justificar de imediato esta intervenção, “abrindo um inquérito interno para apurar responsabilidades quanto a esta desmatação radical e massiva; bem como inicie de imediato a reposição da vegetação ripícola na margem do Mondego na zona afetada; e instale rapidamente mecanismos de proteção da margem, que permita aguentá-la até a nova vegetação estar suficientemente desenvolvida para voltar a cumprir a sua missão de proteção da margem”.

Imagens Somos Coimbra

Recordamos que Notícias de Coimbra informou em primeira mão que que têm decorrido nos últimos meses várias reuniões entre a Câmara de Coimbra, a Federação Portuguesa de Golfe e a academia de golfe Quinta das Lágrimas com vista à criação de um campo de golfe entre a ponte da Portela e a praia fluvial do Rebolim, por sugestão da Câmara, após alguns pareceres para a sua localização.

 O vice-presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Cidade, confirmou na segunda-feira que tem mantido contactos com a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) para a construção de um campo de golfe junto ao rio Mondego.

Depois de o presidente da Câmara, o socialista Manuel Machado, ter afirmado que, nos serviços da autarquia, “não deu entrada nenhum projeto” com esse objetivo e que apenas sabe o que leu na imprensa sobre o assunto, Carlos Cidade disse que “não há nada de novo”.

No início da reunião quinzenal do executivo municipal, os dois autarcas do PS respondiam ao vereador da CDU, Francisco Queirós, que questionou a falta de informação sobre o processo e a prevista localização do futuro campo de golfe, na margem direita do Mondego, entre a ponte da Portela e a praia fluvial do Rebolim, a montante da captação de água da Boavista.

“Tendo em conta o gigantesco aterro na Portela e o abate dos laranjais”, o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), “vem protestar contra esta brutal alteração do coberto vegetal da margem do Mondego”, anunciou no dia 8 de março o grupo liderado por Jorge Gouveia Monteiro em nota de imprensa enviada a Notícias de Coimbra. 

No ínicio do século XXI, foi discutida a instalação de equipamentos deste tipo entre a Quinta do Brejo e a Avenida Elísio de Moura e na área do Parque Verde – Arregaça.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE