Coimbra

SMTUC rejeitam ser integrados na Câmara

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 24-08-2022

Os trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) deliberaram hoje, por maioria, dar parecer negativo à internalização daquele serviço na Câmara, contrariando a intenção do executivo liderado por José Manuel Silva.

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Em declarações aos jornalistas, no final de uma assembleia geral que durou mais de duas horas, o presidente da Comissão de Trabalhadores, Carlos Cristina, disse que a esmagadora maioria dos cerca de 200 votantes aprovaram, por escrutínio secreto, dar parecer negativo à internalização, com 130 votos contra, 38 a favor e 33 abstenções.

O plenário, que decorreu no Convento São Francisco, juntou cerca de três centenas de trabalhadores e contou com a participação do presidente da Câmara Municipal, que pretende internalizar os SMTUC no futuro Departamento de Mobilidade de Mobilidade, Trânsito e Transportes, cuja criação está prevista na proposta do executivo.

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“A maioria votou pelo não à internalização, porque entende que essa opção só vai resolver questões administrativas”, disse aos jornalistas o presidente da Comissão de Trabalhadores dos SMTUC, Carlos Cristina, considerando que a internalização não resolve questões essenciais, como a falta de autocarros.

Salientando que os trabalhadores já deram soluções, independentemente da internalização, o dirigente salientou que é necessário começar pela revisão de horários das carreiras, já que “não se justifica existirem carreiras com o mesmo trajeto e percurso, em que um [autocarro] vai à frente 500 ou 600 metros”.

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“O nosso parecer não é vinculativo, mas esperamos que se a internalização for chumbada o presidente da Câmara tenha a mesma postura para com os trabalhadores e crie condições para os trabalhadores e para que o público tenha transporte”, disse Carlos Cristina.

O presidente da Câmara de Coimbra disse aos jornalistas que vai apresentar em 05 de setembro a proposta de reestruturação da Câmara que prevê a internalização dos SMTUC no futuro Departamento de Mobilidade de Mobilidade, Trânsito e Transportes, garantindo que até lá vai “continuar o diálogo” com trabalhadores e estruturas sindicais.

José Manuel Silva reiterou que a internalização respeita ao modelo de gestão e que “não tem nada a ver com modelo de privatização”.

“Não queremos concessionar nenhuma linha urbana no concelho, não queremos privatizar nada, queremos é melhorar o serviço público prestado às populações”, sublinhou o autarca, considerando que o objetivo é melhorar a gestão e projetar um serviço de transportes condizente com o século XXI.

O líder do executivo municipal frisou que se não for possível alterar o modelo de gestão dos SMTUC, “serão tomadas medidas adequadas, já que as coisas não podem continuar como estão e há muitas que vão ter de mudar”.

O autarca defendeu a internalização para tornar a gestão “mais flexível e ágil”.

Com uma frota de cerca de centena e meia de veículos, os SMTUC apresentam, hoje, 62 viaturas imobilizadas por avarias ou falta de condições.

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