Resineiros querem explorar pinhais do Estado

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 26-10-2017

Os resineiros vão exigir ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para disponibilizar pinhais que estão sob a sua jurisdição para o setor poder manter a resinagem, sob pena de empresas encerrarem.

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Foto de Joao Gonçalves | O

Olhares Sapo/João Gonçalves 

O presidente da Associação de Destiladores e Exploradores de Resina (Resipinus), Hilário Costa, disse à Lusa que esta foi uma das conclusões da Assembleia Geral Extraordinária de hoje, em Leiria, que discutiu os danos provocados pelos incêndios florestais.

“Exigimos ao ICNF a disponibilidade absoluta das áreas que têm sob a sua jurisdição e que não estão a ser resinadas, como forma de compensar as áreas e os postos de trabalho perdidos pelos resineiros e uma forma de minimizar os prejuízos”, adiantou Hilário Costa.

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O presidente da associação sublinhou que os resineiros pretendem que “essas áreas de resinagem, que eram atribuídas à morte (a quatro anos de cortar o pinheiro), sejam atribuídas à vida (ao longo da vida do pinheiro)”.

Um dos problemas que os empresários do setor enfrentam é a indefinição sobre os contratos já assinados para a exploração de resinagem.

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“Os contratos são feitos para quatro anos e o nosso receio é que exijam o pagamento integral desse período, independentemente de catástrofes. Pedimos para o departamento jurídico analisar os contratos”, revelou ainda Hilário Costa.

Segundo o presidente da Resipinus, “em termos numéricos, a resina que se perdeu não é inferior a três milhões de euros” e, “se muitos resineiros não tiverem áreas para resinar, nem apoios, vão desaparecer”.

Para já, a estimativa é a perda de 200 postos de trabalho nos distritos de Leiria, Coimbra e Viseu, que “poderão ser permanentes se não houver apoios”.

“Um pinheiro só daqui a 20 ou 30 anos é que dá de novo resina”, afirmou Hilário Costa.

O presidente da Resipinus vai pedir ainda ao Governo para que a Segurança Social “possa isentar as pessoas que ainda têm contrato com as empresas e ficaram sem trabalho”.

“Aconselhámos alguns a pedir a reforma antecipada e, quando houver extinção do posto de trabalho, a procurar o fundo de compensação”, acrescentou.

Hilário Costa informou que o setor em Portugal produzia na ordem dos 15 milhões de euros, mas “o que se produz na resinagem não chega a 10% das necessidades”. Por isso, defendeu que “o incentivo à resinagem faz todo o sentido, porque há um consumo absoluto de toda a resina que se possa produzir”.

Os dados provisórios indicam que um milhão de bicas foram queimadas nos fogos deste ano, um número que representa “entre 20 a 25% da área que estava a ser explorada em Portugal”, acrescentou.

Depois de ouvir os resineiros e recolher informação sobre os prejuízos e as suas dificuldades, a Resipinus vai enviar o relatório geral do prejuízo ao Ministério da Agricultura, durante a próxima semana, “com sugestões sobre a forma de os compensar”.

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