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República Ay-Ó-Linda solicita reconhecimento como entidade de interesse histórico ou cultural

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 08-02-2020

O executivo da Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai analisar e votar, na sua reunião de segunda-feira, uma proposta para o eventual reconhecimento da Associação Real República Ay-Ó-Linda como entidade de interesse histórico e cultural ou social local. A decisão será posteriormente submetida a um período de consulta pública, de 20 dias, para que, por fim, seja elaborado o relatório final e aprovado o reconhecimento. Recordarmos que, até ao momento, já foram reconhecidas 11 repúblicas de estudantes e estão em análise técnica ou a aguardar a entrega de documentos outras seis, bem como cinco lojas históricas.

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A Associação Real República Ay-Ó-Linda nasceu em 1951, apesar de já existir, com o nome República Mija-Gato, desde 1949. Foi a geração conhecida por “Os Fundadores” que foi responsável pela sua instalação no local onde permanece nos dias de hoje, em frente aos Arcos do Jardim, no número 33. Os interessados apresentaram vários documentos que comprovaram a existência da República Ay-Ó-Linda há mais de 25 anos, pelo que foi validado o parâmetro da longevidade.

A importância da Real República Ay-Ó-Linda para a histórica local também foi devidamente comprovada. Esta república integra um conjunto de residências de natureza académica destinada ao alojamento da comunidade estudantil, reconhecida pela Reitoria da Universidade de Coimbra, em 1982, e é prática a sua inclusão em artigos relacionados com a academia. A sua existência possibilitou, e possibilita, que muitos estudantes, economicamente carenciados, consigam permanecer na cidade e concluir os seus estudos. A Real República Ay-Ó-Linda foi ainda reconhecida como associação juvenil, pelo Instituto da Juventude de Coimbra, em 1989.

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Sabe-se também que a Real República Ay-Ó-Linda participou ativamente no movimento estudantil de resistência à ditadura, sendo que alguns membros chegaram a ser coagidos, castigados e obrigados a interromper os estudos para prestar serviço militar. Muitas das individualidades que passaram pela república integraram, na época, cargos dirigentes de entidades como a Associação Académica de Coimbra e, na atualidade, muitos desempenham profissões de relevo e notoriedade no panorama nacional. A Real República Ay-Ó-Linda foi, ainda, alvo de um documentário televisivo, integrou as filmagens do filme “Rasganço” e foi referenciada, por meio fotográfico, num livro sobre Repúblicas de Estudantes.

A Real República Ay-Ó-Linda mantém a sua função histórica, cultural e social, realizando anualmente as comemorações dos seus aniversários – denominados de ‘centenários’ pelo facto de um ano numa república equivaler a cem anos mundanos – com programas que englobam, entre outras atividades, jantares convívio e a realização de congressos. Organizam ainda, a cada dez anos, os ‘milenários’, celebrações que englobam diversas atividades de cariz cultural e desportivo.

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Recorde-se que a CM Coimbra aprovou, na reunião do executivo municipal do dia 5 de março de 2019, uma ficha de candidatura para a instrução de processos de reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico e cultural ou social local, de forma a auxiliar os estabelecimentos ou entidades que pretendessem ver efetivado esse reconhecimento. O objetivo passa, pois, por simplificar o procedimento, para que os estabelecimentos que se enquadrem nas categorias previstas na lei, entre eles as repúblicas de estudantes de Coimbra e as lojas com história, possam desencadear, com maior celeridade e simplicidade, o seu processo de pedido de reconhecimento como entidade de interesse histórico e cultural ou social local.

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