Relvinha à espera de apoios para terminar projeto iniciado há 15 anos

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 23-02-2018

O projeto Relvinha.CBR_X, lançado em Coimbra durante a Capital Nacional da Cultura, em 2003, levou à cedência de uma antiga oficina para a cooperativa Semearrelvinhas, que, 15 anos depois, “espera um apoio da Câmara para conseguir terminar obras”.

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relvinha

No âmbito da Capital Nacional da Cultura, aquilo que era para ser apenas um espetáculo original produzido a partir de dois laboratórios de teatro e cenografia no Bairro da Relvinha, acabou por resultar na ocupação da cooperativa Semearrelvinhas de uma antiga oficina de metalomecânica, com vista a ali nascer a sua casa e um espaço sociorrecreativo.

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A Câmara de Coimbra facilitou a aquisição do espaço e o arquiteto João Mendes Ribeiro concluiu o anteprojeto lançado durante o Relvinha.CBR_X, com a ajuda da Universidade de Coimbra.

No entanto, passados 15 anos, a cooperativa de habitação do bairro – construído pelos próprios moradores após o 25 de Abril -, ainda anseia por ver o projeto terminado, contou à agência Lusa Jorge Vilas, o presidente da Semearrelvinhas, que comemora no sábado 43 anos de cooperativa e 15 anos do projeto Relvinha.CBR_X.

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Numa altura em que a vida do bairro “estava um bocado parada”, o projeto ajudou, em 2003, a “reavivar” a Relvinha, notou, considerando que, a determinado momento, “já nem se sabia quem eram os artistas e quem era a malta do bairro”.

Se as dinâmicas do bairro mudaram com a intervenção do Relvinha.CBR_X, Jorge Vilas acredita que o finalizar do projeto para a casa e sede da cooperativa poderia ser outro passo importante para a vida comunitária.

A antiga oficina já tem os trabalhos interiores quase terminados e é utilizada, mas ainda falta toda a intervenção exterior e cobertura, para além de não estarem ainda a ser construídos os dois anexos que vão fazer de sede e de sala de computadores e biblioteca, notou.

Segundo Jorge Vilas, ao longo dos anos, foram arrecadando fundos com bailes, festas e outros eventos, mas os recursos não chegam para fazer avançar o projeto.

O que tem ajudado é a colaboração da União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades, que disponibilizou um funcionário “durante quase um ano” para fazer obras no interior da antiga oficina, frisou.

“Do “bolso” da cooperativa já foram investidos mais de 13 mil euros, mas falta agora um apoio da autarquia para que as obras possam ser concluídas”.

“Já abordámos a Câmara para avançar com apoio. Precisamos de tudo e de mais alguma coisa”, constatou Jorge Vilas, considerando que o terminar do projeto do espaço sociorrecreativo permitiria dar outro tipo de respostas para os idosos e jovens do bairro.

Um dos autores do projeto levado a cabo em 2003 e “amigo do bairro”, Vasco Pinto, estima que terminar as obras do espaço recreativo e social da cooperativa custasse cerca de 50 mil euros.

“É uma intervenção que se tem valido dos apoios de instituições e empresas e do próprio bairro, visto que a primeira fase da própria Relvinha foi feita em regime de autoconstrução, em que os próprios moradores puseram mão à obra. Na intervenção na oficina isso também aconteceu”, explanou.

Para acabar a intervenção, Vasco Pinto acredita que seria importante “um apoio manifesto [da autarquia] para se concluir tudo aquilo que está projetado”.

“Gostávamos muito que o presidente da Câmara, no próximo sábado, garantisse que isso ia para a frente. Era muito importante”, frisou.

No sábado, as comemorações dos 43 anos da Cooperativa de Construção e Habitação Económica Semearrelvinhas e dos 15 anos do Relvinha.CBR_X arrancam às 10:00 e terminam por volta das 23:30.

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