Coimbra

Relatório Anual de Segurança Interna: Distrito de Coimbra com aumento de criminalidade violenta e grave

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 31-03-2021

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) indica menos criminalidade geral e violenta e grave em 2020, mas alerta para as atividades da extrema-direita, que aproveitou a pandemia de covid-19 para aumentar bases de apoio através da Internet.

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Estes são alguns pontos essenciais do RASI, que congrega os dados referentes à criminalidade participada à GNR, PSP, Polícia Judiciária, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Marítima, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e Polícia Judiciária Militar e hoje entregue pelo Governo na Assembleia da República:

A criminalidade violenta e grave registou uma diminuição de 13,4% no ano passado em relação a 2019, passando das 14.398 participações para as 12.469.

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A criminalidade geral registou menos 36.817 queixas às forças e serviços de segurança no ano passado em relação a 2019, passando das 335.614 para 298.797, o que corresponde à diminuição de 11%.

Os roubos a farmácias, residências, edifícios comerciais ou industriais, bombas de gasolina e viaturas, a extorsão e os homicídios são os crimes violentos e graves que mais subiram em 2020.

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Na criminalidade geral subiram o crime de desobediência, burla informática e nas comunicações, burla de fraude bancária e lenocínio e pornografia de menores.

Furto por carteirista, ofensas à integridade física, contrafação, falsificação de moeda e passagem de moeda falsa, roubo a ourivesarias, violação e rapto, sequestro e tomada de reféns estão entre os crimes que mais desceram.

Os Açores e os distritos de Coimbra, Castelo Branco e Setúbal registaram subidas quanto à criminalidade violenta e grave.

A pandemia de covid-19 constituiu uma oportunidade para que os movimentos radicais de extrema-direita aumentassem, através da Internet, “as suas bases de apoio”, em particular junto dos jovens.

No ano passado surgiu um novo grupo de extrema-direita, denominado “Resistência Nacional”, que levou a cabo uma iniciativa junto à sede da SOS Racismo e o caso das ameaças, via e-mail, a deputados, militantes antifascistas e ativistas antirracistas.

Os crimes informáticos aumentaram 26,8%, com realce para a falsidade informática e o acesso ilegítimo e as autoridades temem ataques contra alvos da saúde, finanças e infraestruturas críticas.

O cibercrime foi responsável por 24 detenções e pela constituição de 398 arguidos, dos quais sete ficaram em prisão preventiva.

As quantidades de cocaína e haxixe apreendidas aumentaram em 2020, mas globalmente o tráfico de droga diminuiu 34,2%, em comparação com 2019.

No ano passado foram apreendidas 35,3 toneladas de haxixe, o que representa um aumento de 593% em relação a 2019 e 10,1 toneladas de cocaína (mais 4%).

Os ilícitos em ambiente escolar diminuíram 8,1% em 2019-2020, num ano em que as escolas encerraram durante cerca de três meses devido à pandemia de covid-19.

A criminalidade grupal, quando estão envolvidos três ou mais suspeitos, registou 4.638 participações em 2020, menos 11,1% do que em 2019.

Também a delinquência juvenil continua a tendência de descida observada desde 2015, ao diminuir 33,4% em 2020, totalizando 1.044 registos.

Ao todo, 1.102 jovens (delinquentes) encontrava-se a 31 de dezembro passado em cumprimento de medidas tutelares educativas, dos quais 90 (8,2%) sujeitos a internamento em centro educativo.

O número de presos preventivos em 2020 situou-se em 2.273 (19,9%) e o de condenados em 9.139 (80,1%), num universo de 11.412 reclusos, incluindo 345 inimputáveis.

Nas prisões aumentaram em 17,2% o número de mortes, em 200% as evasões de presos, em 0,1% os presos preventivos e em 4,5% os inimputáveis, enquanto a população prisional diminuiu 10,8% no ano passado em relação a 2019.

Em 2020 foram deduzidas 43 acusações por corrupção, 432 arquivamentos e iniciadas 688 investigações pelo mesmo crime.

A criminalidade relacionada com exploração sexual de menores ‘online’ aumentou em 2020, enquanto as detenções por abuso sexual de crianças, violação e pornografia de menor registaram ligeiras descidas.

Os crimes relacionados com a caça quase duplicaram no ano passado em relação a 2019 e as apreensões de armas quase triplicaram.

As autoridades identificaram em 2020 um “número significativo” de crimes de casamentos por conveniência no Chipre entre cidadãs portuguesas e cidadãos de países terceiros.

Apesar de ter diminuído (5,5%), o crime de violência doméstica contra cônjuge ou análogo continua a ser a tipologia criminal mais participada em Portugal, representando 23.439 das queixas às polícias em 2020.

O número de efetivos nas forças e serviços de segurança aumentou 0,8% no ano passado em relação a 2019, num total de 44.969, sendo a PJ a única polícia sem registo de novas entradas em 2020.

Dois militares da GNR e um agente da PSP morreram em serviço no ano passado, depois de em 2019 não se ter registado qualquer morte em serviço nas polícias.

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