Coimbra

PSD de Mira confia que projeto Lusiaves respeitará questões ambientais

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 18-09-2018

O PSD de Mira expressou hoje o apoio ao projeto de instalação de uma exploração agropecuária de empresa Lusiaves no norte do concelho e disse “confiar que as questões ambientais serão salvaguardadas”.

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“A posição do PSD e do executivo camarário [liderado pelo social-democrata Raul Almeida] nada tem de dúbio. Pelo contrário, é muito clara: desde o início do processo apoia o projeto”, esclarece o PSD de Mira em nota enviada à agência Lusa.

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O chamado ‘projeto Lusiaves’, que tem sido apresentado como um investimento que pode atingir cem de milhões de euros em duas unidades fabris, passa pela construção de um “mega-aviário” da empresa Lusiaves em terrenos situados na freguesia do Seixo, num local onde em tempos se ergueram as famosas estufas do empresário francês Thierry Roussel (marido da multimilionária Christina Onassis).

Os 200 hectares de terrenos situados na zona dos Foros, a caminho da praia do Poço da Cruz, foram desafetados no final de 2017 pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. O processo de licenciamento da exploração agropecuária, que promete criar 350 postos de trabalho, está condicionado pelos limites da Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Reserva Agrícola Nacional (RAN), para além dos necessários estudos de impacto ambiental numa zona de areias e mata.

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O projeto está a ser contestado pelo PS de Mira e por um grupo de cidadãos que avançou com um abaixo-assinado, que na segunda-feira já tinha recolhido mais de 400 assinaturas. Os críticos do projeto, que exigem a realização de um referendo municipal, alertam para problemas ambientais e garantem que o empreendimento pode representar uma ameaça para a saúde pública.

As principais objeções têm a ver com a possível contaminação dos cursos de água na zona de Foros, atravessada por diversas valas com ligação à Lagoa de Mira e à Barrinha. Por outro lado, invocam estudos que apontam para o crescimento súbito de doenças, sobretudo respiratórias, em áreas onde existem explorações agropecuárias do mesmo género.

Esta posição é duramente criticada pelos sociais-democratas, que acusam os socialistas de não terem querido discutir o tema durante a campanha das últimas eleições autárquicas, que terminaram com o reforço da maioria absoluta de Raul Almeida.

O PSD lembra que o tema Lusiaves integrava o seu programa eleitoral, que foi sufragado pelos eleitores. “O PSD e o executivo têm tido uma postura totalmente transparente ao abordar o assunto em reuniões de Câmara e Assembleia Municipais e ao colocar o projeto em discussão pública aberta, ao contrário do Partido Socialista em que projetos do género, como a Pescanova, nada ou pouco disseram aos mirenses”, respondem os sociais-democratas.

O PSD relembra que apoia o projeto desde a primeira hora, mas avisa que “só converterá esse apoio em decisão no momento em que, face aos estudos e pareceres das entidades competentes envolvidas, não restem quaisquer dúvidas”.

Contactado pela Lusa, o presidente da câmara reiterou que “o projeto está em discussão pública aberta” e que foram pedidos estudos sobre o seu impacto ambiental. Raul Almeida preferiu não comentar o pedido de referendo municipal, dizendo que essa é uma matéria que compete à Assembleia Municipal.

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