Coimbra

PS acusa Câmara de Coimbra de “corte cego” nos SMTUC

Notícias de Coimbra | 1 mês atrás em 09-09-2024

O PS acusou hoje a Câmara Municipal de fazer um “corte cego” na oferta dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que o executivo justifica com a falta de motoristas.

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“Isto vai ser terrível para as pessoas. Não ouviram ninguém, não ouviram juntas de freguesia, os hospitais”, criticou a vereadora do PS Regina Bento, durante a discussão da proposta de redução da oferta dos SMTUC, que foi aprovada com os votos favoráveis da coligação Juntos Somos Coimbra, abstenção do vereador da CDU e contra dos socialistas.

A proposta propõe uma redução temporária da oferta dos SMTUC até 31 de dezembro, justificada pelo executivo pela falta de motoristas (representou 23% das circulações suprimidas no primeiro semestre), com várias linhas a passarem a funcionar com horário de férias escolares, com as devidas adaptações.

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“Este processo é uma calamidade para quem precisa dos transportes públicos para fazer a sua vida diária”, acusou Regina Bento, sugerindo que o ponto fosse retirado da agenda, para que fosse possível apresentar, no futuro, “uma proposta mais razoável que não deixe as pessoas sem transporte”.

Para a vereadora socialista, a redução da oferta é “um corte cego, meramente estatístico”, em vez de se optar por retirar “sobreposições das redes”.

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“Apelava ao bom senso e apelava aos SMTUC para reavaliarem esta proposta para não termos cortes desta dimensão”, disse.

Na discussão da proposta, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, decidiu manter a proposta à votação e vincou que “não faz sentido” manter horários que não são cumpridos, considerando que esse “é o principal fator de descredibilização dos transportes públicos”.

Em declarações à agência Lusa, Regina Bento reafirmou que, neste processo, deveriam ter sido ouvidas as escolas, juntas de freguesia e principais empregadores do concelho, notando também que a principal razão para a supressão de viagens no primeiro semestre não foi a falta de motoristas, mas a realização de “greves e plenários”, a concentrarem 28% dos motivos.

Questionada sobre a falta de motoristas, a vereadora do PS considerou que a melhoria das condições de trabalho e atratividade nos SMTUC “não passam apenas por condições remuneratórias”.

No entanto, entendeu que o estudo sobre uma eventual empresarialização “deve ser feito”, apesar de admitir ter “poucas esperanças” de que essa possa ser a solução para as melhorias salariais dos motoristas, porque, apesar de funcionar em Braga, em Aveiro implicou a extinção da empresa municipal que assegurava o transporte urbano no concelho.

Na reunião do executivo, o vereador da CDU, Francisco Queirós, afirmou concordar com grande parte da intervenção de Regina Bento, alertando para o corte profundo levado a cabo com a redução de oferta nos SMTUC.

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