Protecção Civil “esconde mortos” na tragédia do “pior dia do ano”

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 16-10-2017

O número de mortes ocorridas devido aos incêndios florestais que lavram no país desde domingo aumentou para 36, anunciou hoje a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), indicando que estão desaparecidas sete pessoas.

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Catraia de São Paio - Oliveira do Hospital

Catraia de São Paio – Oliveira do Hospital

Notícias de Coimbra constata que “este número” não incluirá todos os que perderam a vida, sobretudo em aldeias mais remotas, como por exemplo na União de Freguesias de Vide e Cabeça, onde, numa anexa chamada Cide, morreram dois nativos, que ainda não “apareceram” nos “briefings”. 

Segundo a adjunta nacional de operações da Proteção Civil Patrícia Gaspar, que falava num ‘briefing’ na sede da ANPC no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, a 36.ª vítima mortal é um homem que estava hospitalizado no Hospital de Viseu.

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Além desta vítima mortal, no distrito de Viseu registaram-se também mortos em Vouzela (seis), Carregal do Sal (um), Nelas (um), Oliveira de Frades (um), Santa Comba Dão (cinco), Tondela (três) e na Autoestrada 25 (um).

No distrito de Coimbra estão contabilizados mortos em Penacova (dois), Oliveira do Hospital (cinco), Arganil (quatro) e Tábua (três).

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No distrito da Guarda morreram duas pessoas e no de Castelo Branco registou-se uma morte.

De acordo com o presidente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Cílio Correia, o ferido grave que morreu é um homem de 48 anos – que se encontrava com queimaduras em 80% a 90% do corpo -, e que faleceu durante a tarde de hoje.

No balanço realizado às 19:30, a adjunta nacional de operações contabilizou 200 ocorrências de incêndios florestais, com 47 em curso, mobilizando 3.568 operacionais, apoiados por 1.085 viaturas e um meio aéreo.

Dos incêndios que lavravam no país, 26 mereciam “importância elevada”, em particular o da Lousã, combatido por 720 operacionais, destacou Patrícia Gaspar.

Além dos 36 mortos já confirmados, permanecem desaparecidas sete pessoas, uma na Figueira da Foz, uma na Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra), duas em Nelas, duas em Santa Comba Dão e uma em Mortágua (distrito de Viseu).

Segundo a Proteção Civil, registaram-se até ao momento 62 feridos, dos quais 15 graves – descontando o que entretanto morreu e ao contrário do que foi inicialmente referido -, entre eles um bombeiro, existindo outros 19 operacionais com ferimentos ligeiros.

Foram ainda assistidas nos locais junto dos incêndios 40 pessoas.

A adjunta nacional de operações admitiu que ainda decorrem operações de reconhecimento no terreno das extensas áreas afetadas pelas chamas e que o número de vítimas mortais, por se tratar de “informação sensível”, continuará a ser confirmada durante as próximas horas.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 36 mortos, obrigando a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

 

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