Proteção Civil Municipal de Montemor-o-Velho tem organização “única no país”
A Proteção Civil Municipal de Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra, tem uma organização única no país, dispondo de um centro operacional com ‘software’ inovador de apoio à decisão e um conjunto vasto de equipamentos, disse fonte camarária.
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“Temos a capacidade de prevenir, alertar e atuar com eficácia e rapidez. O sistema foi pensado para ter autonomia, poder articular-se com os bombeiros e GNR, e ajudar a resolver e debelar os problemas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal, Emílio Torrão.
O Centro Operacional Municipal está localizado no extremo poente da vila, no recinto dos estaleiros municipais e dispõe de ‘software’ meteorológico e hidrométrico, entre outros equipamentos e programas informáticos de apoio ao planeamento e decisão, para além de uma rede própria de comunicações via rádio.
“Em 2014, já sabíamos que o SIRESP dava problemas e decidimos investir numa frequência própria”, frisou Emílio Torrão, aludindo ao sistema de comunicações que inclui uma antena e repetidor, 25 rádios alocados aos diversos operacionais no terreno e uma autonomia de 72 horas, caso falhe a corrente elétrica.
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O investimento, nos últimos quatro anos, ascendeu a cerca de 500 mil euros e resulta num serviço municipal de Proteção Civil “único no país”, destacou Emílio Torrão.
Inclui “um parque de máquinas e equipamentos preparado para diversas situações”, num concelho onde a tipologia de risco é diversa e que vai desde a limpeza de vias municipais, incêndios florestais e agrícolas, até inundações nas zonas ribeirinhas.
De entre os mais de 30 equipamentos, há viaturas ligeiras, três tratores agrícolas 4×4 e várias viaturas pesadas – um camião TIR de transporte de máquinas, duas basculantes, uma com plataforma elevatória e outra com grua – uma máquina de rastos, uma retroescavadora, giratórias de diferentes tamanhos, um reboque de cisterna, equipamentos de limpeza de matos, um empilhador, uma manga antipoluição, torres de iluminação e três geradores, um dos quais com “capacidade para abastecer de energia a vila” de Montemor-o-Velho.
“Falta o barco, que ainda não adquirimos por terem existido outras prioridades. E no incêndio da Portela [que começou em Cantanhede e Coimbra e se estendeu ao concelho, no verão de 2017] andaram cinco máquinas de rasto, porque o município tem uma e as outras sabemos onde estão”, explicou o autarca.
Emílio Torrão notou, no entanto, que a autarquia “não fez milagres” a nível financeiro na aquisição do equipamento, algum do qual foi adquirido em processos de insolvência “de grandes empresas de norte a sul do país” e adstrito à Proteção Civil municipal.
O autarca disse ainda que o desenvolvimento do sistema passa pela inovação tecnológica, nomeadamente num projeto em curso – que incluiu a cartografia atualizada da bacia do Mondego e utilização de sensores, visando criar um sistema integrado de alerta de inundações – possibilitando aferir a altura e velocidade do caudal, identificar habitações em risco, enviar mensagens de alerta e “saber que viatura está mais perto para resgatar uma pessoa numa determinada habitação ameaçada pelas cheias, por exemplo”, explicou.
Em desenvolvimento está um drone modelar, equipado com uma câmara térmica e outra de alta definição, “capaz de ajudar no combate à vespa asiática, mas também detetar focos de incêndio e pessoas em perigo”, afirmou o presidente da autarquia.
Já Helder Araújo, coordenador da Proteção Civil Municipal de Montemor-o-Velho, frisou que a função do Centro Operacional “é fazer planeamento e prestar auxílio no âmbito do socorro e logística com os equipamentos que bombeiros e GNR necessitam”.
De acordo com aquele responsável, a dimensão do trabalho “tem sido astronómica”, já que os meios humanos são escassos, dez pessoas, entre operacionais (onde se inclui uma equipa de sapadores florestais) e operadores de máquinas, e três técnicos ligados ao planeamento.
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