Coimbra

Projeto de Ciência Aberta que inclui a Universidade de Coimbra distinguido na Europa

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 02-07-2021

Um projeto de promoção da Ciência Aberta através da transição digital, que inclui a Universidade de Coimbra (UC), vai ser incluído no Roteiro 2021 do Fórum Europeu de Estratégia para as Infraestruturas de Investigação (ESFRI).

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A distinção europeia incide sobre 11 novas infraestruturas de investigação, uma das quais é o consórcio internacional OPERAS, coliderado pela UC e que engloba 53 instituições de 16 países europeus.

Em nota de imprensa, a Universidade de Coimbra refere que a Ciência Aberta define-se pela “disponibilização em acesso aberto de dados e publicações, permitindo a partilha do conhecimento entre a comunidade científica, a sociedade e as empresas” e o comunicado agora divulgado pelo ESFRI destaca a ligação do consórcio OPERAS à vertente da transição digital, pela forma como pretende “potenciar a Ciência Aberta e atualizar as práticas de comunicação científica em Ciências Sociais e Humanas”.

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O principal objetivo do OPERAS “é tornar a Ciência Aberta uma realidade para a investigação nas ciências sociais e humanas e conseguir um sistema de comunicação académica em que o conhecimento produzido beneficie investigadores, académicos, estudantes e, de um modo mais geral, toda a sociedade, sem barreiras”, acrescenta a nota da UC.

No anúncio oficial, o ESFRI sublinha ainda a forma como as 11 infraestruturas de investigação “espelham as prioridades programáticas atuais da União Europeia”, mostrando “potencial para marcar a evolução da ciência nos próximos 10 a 20 anos”, acrescenta.

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Citado na nota, o vice-reitor da UC para a Cultura e Ciência Aberta, Delfim Leão, frisa que o roteiro do Fórum Europeu de Estratégia para as Infraestruturas de Investigação “inclui as melhores instalações científicas europeias com base num processo de avaliação e seleção exaustivo, sendo, por isso, indicativo do que de melhor se faz ao nível da ciência europeia”.

À agência Lusa, Delfim Leão notou a “importância” da inserção do programa OPERAS no roteiro do ESFRI, no final de um processo “complexo”, cuja candidatura “demora mais de um ano” a preparar.

A distinção agora anunciada “representa não só o reconhecimento da maturidade que esta infraestrutura tem, mas, sobretudo, o potencial que ela tem de marcar a investigação nos próximos 10 a 20 anos”, adiantou o vice-reitor.

“Para a Universidade de Coimbra, significa que está no pelotão da frente, numa área que é bastante cara à universidade que é a Ciência Aberta e potencia a forma de promover estratégias de afirmação deste novo paradigma da ciência”, observou Delfim Leão.

Por outro lado, a distinção “reforça o papel” da UC – responsável pelo “nó português” do OPERAS – “na liderança na área da Ciência Aberta” e é um incentivo adicional “na luta por um sistema científico em acesso aberto”, acrescentou.

“A UC ser a porta de entrada para a própria ciência feita em português na lusofonia tem, obviamente, uma relevância extremamente grande”, argumentou Delfim Leão.

O vice-reitor aludiu, a título de exemplo, à produção científica “disseminada através do livro” na área das ciências sociais e humanas – onde se incluem, entre outras, a Antropologia, Sociologia, Ciência Política ou Filosofia, mas também a Economia, Direito ou História – “que leva a que haja um número muito elevado de pequenas editoras que têm um papel grande nessa divulgação, mas têm muita dificuldade em se adaptar a este universo da Ciência Aberta em canais digitais e infraestruturas de informação”.

“O que o OPERAS faz é criar uma estrutura federativa, que vai crescer seguramente no futuro e permite robustecer aquilo que tem uma escala pequena, editoras locais, académicas, que têm dificuldade em ganhar esta dimensão europeia e internacional. Através do consórcio são catapultadas para uma rede que permite ganhar uma relevância e capacidade de conexão internacionais”, destacou Delfim Leão.

A questão da escala na disseminação da produção científica é, para o vice-reitor, “completamente central”.

“Podemos ter uma produção científica que circula apenas nos terrenos de terra batida que ficam ao largo das grandes autoestradas de informação, ou podemos ter formas, atalhos, que nos levam a entrar nessas autoestradas”, ilustrou.

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