Produtores e investigadores debatem medronho em encontro na Pampilhosa da Serra

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 07-12-2017

O medronheiro deve integrar a reflorestação das áreas ardidas, contribuindo para travar a desertificação, defendeu hoje o organizador de um encontro que reunirá produtores de medronho e investigadores na Pampilhosa da Serra, na sexta-feira.

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Espanha-Medronho-Fruto

José Martins, que possui áreas de medronhal que totalizam 50 hectares, naquele concelho do distrito de Coimbra, disse à agência Lusa que “a floresta também precisa de solidariedade” depois dos fogos e que a plantação desta e de outras espécies autóctones, mais resistentes ao fogo, poderá dinamizar a economia do interior do país.

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“Queremos motivar novos produtores a investir nesta cultura, para que a nossa terra não se desertifique mais”, declarou, realçando a importância “de valorizar o medronho e levá-lo a um patamar de excelência” no mercado, para consumir como fruto fresco ou transformado, designadamente na tradicional aguardente medronheira, doces ou outros produtos alimentares inovadores.

O programa do II Encontro do Medronho e do Medronheiro, que começa às 09:45, com uma receção dos participantes na aldeia de Signo Samo, onde tem sede a “Lenda da Beira – Produtos com história”, empresa fundada por José Martins, inclui o lançamento do “Manual de boas práticas para a cultura do medronheiro”.

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Filomena Gomes, docente e investigadora da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), que coordenou a conceção do manual, com contributos diversos, de produtores e de outras instituições do ensino superior, disse à Lusa que a obra, além de “melhorar o conhecimento da planta”, vem responder à necessidade das pessoas que apostam no seu cultivo com fins comerciais.

O medronheiro “é uma espécie bem adaptada” a diferentes climas e solos, de norte a sul de Portugal, e revela “um potencial muito importante” a nível económico, sendo necessário “ganhar escala” ao nível da produção para poder responder às solicitações do mercado.

Filomena Gomes salientou que, em termos ambientais, o medronheiro tem “uma grande capacidade de regeneração” após os fogos e deve ser fomentada a sua plantação, com outras espécies da flora primitiva ibérica, para repor a biodiversidade e reduzir no futuro o risco de incêndio.

Ainda de manhã, o programa inclui uma visita técnica aos pomares de medronho, a que se seguem, após o almoço, intervenções diversas e a apresentação do manual por Filomena Gomes.

A publicação do “Manual de boas práticas para a cultura do medronheiro” foi financiada pelo Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, através do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR).

A iniciativa conta também com o apoio da GreenClon, empresa criada por ex-alunas da ESAC que tem vindo a especializar-se na multiplicação de medronheiros em laboratório, e da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra.

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