Coimbra

Presidente de Oliveira de Hospital solidário com autarcas que respondem em tribunal por causa dos fogos. São bodes expiatórios…

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 21-07-2019

José Carlos Alexandrino aproveita a inauguração da ExpoH – Feira Regional de Oliveira do Hospital para se  manifestar solidário com colegas e ex-colegas acusados na sequência do incêndio em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

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Em dia de festa, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital fez questão de mandar um “grande abraço” e uma “palavra de solidariedade” para o presidente da autarquia de Pedrógão Grande (Valdemar Alves) e para os ex- presidentes dos municípios de Castanheira de Pera (Fernando Lopes) e Figueiró do Vinhos (Jorge Abreu).

“Era impensável que num pais levassem estes autarcas a responder em tribunal por causa das mortes dos fogos”, lamenta Alexandrino

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O autarca frisa que “não havia nenhum limite de 10 metros que evitasse aquelas mortes, todos nós temos consciência, mas muitas vezes temos arranjar bodes expiatórios para justificar aquilo que não é possível”.

“Aqui em Oliveira do Hospital aconteceu o mesmo, nós sabemos que poderíamos ter linhas de 100 metros” porque em aldeias que arderam casas, com mais de um quilómetro de agricultura à volta, arderam casas no meio das povoações,  salienta o também líder da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

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“É uma coisa que me revolta, que deve revoltar qualquer cidadão normal”, lamenta o edil, antes afiançar que as autarquias não tinham dinheiro para a limpeza de terrenos. 

Não se percebe que aqueles homens, que são autarcas, que serviram os seus povos, com orçamentos e dificuldades,  que hoje aquelas famílias, porque têm famílias,  porque têm filhos, estejam a sofrer, a destempo, sem saberem o que lhes acontecerá amanhã, lastima o líder de Oliveira do Hospital.

José Carlos Alexandrino confidencia que é amigo dos três arguidos e testemunha do ex-presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pera. 

Declarações a partir do minuto 21 do vídeo do Direto NDC_

 

Os presidentes dos municípios de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos estão acusados de sete e dois crimes, respetivamente, enquanto sobre o presidente do município de Castanheira de Pera na altura do fogo recai a acusação de dez crimes.

O presidente da Câmara de Castanheira de Pera à data, Fernando Lopes (PS) está acusado de 10 crimes de homicídio por negligência e um de ofensa à integridade física por negligência, “enquanto responsável camarário pela gestão e manutenção do Caminho Municipal 1157 e da Estrada Nacional 512”.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves (PS) – que não constava na acusação do Ministério Público – e a engenheira florestal da mesma autarquia Margarida Gonçalves estão acusados, cada um, de sete crimes de homicídio por negligência e quatro crimes de ofensa à integridade física por negligência, dois dos quais graves.

Estes arguidos eram os responsáveis pela gestão e manutenção da Estrada Municipal 516, dos Caminhos Municipais 1157, 1169, 1169-1, 1170, da Estrada Nacional 350 e da Rua da Nossa Senhora do Leite.

O despacho de decisão instrutória imputa a Jorge Abreu, presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos (PS), dois crimes de homicídio por negligência e um crime de ofensa à integridade física por negligência grave, enquanto responsável pela gestão e manutenção da Estrada Municipal 521.

“Os arguidos, ao não satisfazerem os deveres de cuidado de base legal supraidentificados que sobre si impediam, criaram um risco não permitido e aumentaram um risco já existente de produção de lesões na vida e na integridade física de outrem”, lê-se no documento assinado pelo juiz de instrução Gil Vicente Cardoso e Silva.

 

 

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