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Presidente de Coimbra lembra no parlamento que SMTUC não recebem dinheiro do Governo

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 11-07-2018

Diversas entidades e especialistas ligados ao setor dos transportes debateram hoje na Assembleia da República soluções para convencer os cidadãos a deixarem o carro particular em casa e a usarem mais os transportes públicos.

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Manuel Machado

Manuel Machado, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e também da Câmara de Coimbra, gestora dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), salientou que manter uma rede de transportes públicos “é dispendioso”, mas, na sua perspetiva, “vale a pena”.

Salientando que os cinco municípios que têm transportes municipais “não recebem um cêntimo de compensação para o custo social dos transportes”, defendeu ainda que “é importante que haja equidade entre os municípios”, onde “os cidadãos residentes devem ter benefício equiparado no que diz respeito aos transportes”.

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“Há áreas do território nacional que têm compensações (…) pagas por todos os impostos de todos os cidadãos e há outros que não têm nada. Isso preocupa-nos. E seria importante poder, mesmo o legislador e o Governo e todos nós, contribuir para que isto fosse equilibrado, para haver contas certas e gestão da coisa pública com um sentido de equidade”, considerou.

O autarca defendeu ainda a necessidade de uma reprogramação dos programas como o Portugal 2020 que “considere os transportes públicos como essenciais”.

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Em Coimbra, “estamos a fazer algumas experiências para ver se aumenta o número de utilizadores nos autocarros, porque é preocupante o declínio”, através de medidas como ‘wireless’ gratuito e outras medidas, como sistemas de bilhética e horários mais fiáveis e a requalificação da frota.

“Apesar das inovações, sabemos que as pessoas não estão contentes”, admitiu.

As Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto (AML e AMP) realizaram recentemente, em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE), um inquérito aos hábitos de mobilidade das populações residentes nas duas áreas, que concluiu que o automóvel foi o principal meio de transporte nas deslocações nestas zonas.

Neste sentido, Emídio Sousa, vice-presidente da AMP, salientou hoje no parlamento que ambas as Áreas Metropolitanas estão a preparar uma forma de inverter esta situação.

“Estamos a preparar um plano estratégico. Foi feito o estudo para saber como as pessoas se movem e estamos a preparar essa resposta”, salientou.

De acordo com Carlos Humberto, primeiro secretário da AML, está a ser estudada a possibilidade de um passe único metropolitano de transportes nas duas áreas metropolitanas.

“Fizemos o inquérito, estamos a fazer o desenho de rede dos transportes rodoviários e que tem a visão integrada de todos os modos de transportes. Estamos a defender que haja um passe metropolitano que permita a mobilidade”, salientou.

De acordo com o responsável, a AML está ainda a estudar um conjunto de investimentos estruturais rodoviários, fluviais e ferroviários, nos quais “a linha de Cascais é um elemento estruturante”, que é “indispensável realizar”.

A Conferência sobre Transportes Públicos realizou-se hoje no parlamento por iniciativa da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, abordando temas como “A mobilidade nas áreas metropolitanas” e o futuro do serviço público de transportes, com um painel específico dedicado ao transporte ferroviário.

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