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Presidente da República encontra estudantes de Coimbra que andavam no local da tragédia

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 19-06-2017

O cheiro a fumo dos incêndios de Pedrógão Grande nunca abandonou a caravana presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa pelas estradas pintadas de negro, de Ansião a Góis, para ver o efeito devastador dos incêndios.

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Marcelo nunca se aproximou muito das frentes ativas, mas viu, de longe, o trabalho de quatros aviões e dois helicópteros atacar as chamas em Cernache do Bonjardim, quando subiu à Serra de São Macário, ela própria queimada quase de alto a baixo.

A nuvem de fumo era de cor creme e os aviões faziam passagens de um lado para o outro e é, por essa altura, cerca das 17:30, que Marcelo e a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, souberam da morte de um bombeiro, a 64.ª vítima mortal dos incêndios que começaram em Pedrógão Grande, Leiria, no sábado à tarde.

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O semblante de ambos era carregado, prestaram homenagem ao bombeiro de 30 anos que morreu nos hospitais de Coimbra e Marcelo terminou a tarde a visitar, pessoalmente, a corporação de Castanheira de Pera, a que pertencia.

Marcelo e Constança estavam ainda a meio da visita – mais de cinco horas de correria pelas estradas de Ansião a Figueiró dos Vinhos (uma paragem não prevista no “programa”), Cernache do Bonjardim e Góis.

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No quartel dos bombeiros de Penela, um concelho também afetado pelos fogos, Rebelo de Sousa testemunhou a solidariedade dos portugueses aos bombeiros – eram centenas as caixas de fruta, bolachas, leite que os bombeiros arrumaram numa das salas.

O calor era muito, cerca de 38º Celsius, e depois de mais uma viagem, a caravana do presidente chegou a Figueiró dos Vinhos, uma paragem não prevista.

Aí, longe dos olhares do presidente, uma mulher, comerciante, protestava, dizendo que os visitantes deveriam ter vindo na véspera para ver “o que era aflição”.

Em Figueiró, Rebelo de Sousa visitou os bombeiros um centro de acolhimento de vítimas, da Cruz Vermelha, com poucos utilizadores na altura, mas onde falou com dois jovens brasileiros que foram salvos pelas chamas quando andavam por um trilho, junto ao Zêzere.

“Foram bem tratados?”, perguntou Marcelo. Que sim, responderam Yuri Sant’Anna, de 25 anos, do Estado do Espírito Santo, e Suellen Costa, 26 anos, de Maceió, com um sorriso.

São estudantes em Coimbra, perderam o que tinham nas suas mochilas, e é para Coimbra que vão regressar com a ajuda dos “amigos” de Figueiró.

Mais uma vintena de quilómetros e Marcelo, com a ministra, já estão em Cernache do Bonjardim, no concelho da Sertã, depois de atravessar estradas de serra, queimadas, em tom negro e em alguns casos, com árvores ainda a fumegar.

Do alto da serra de São Macário, puderam ver as áreas ardidas e onde toda a comitiva suportou uma temperatura de 38º Célsius.

O procedimento era sempre o mesmo: o Presidente chegava ao posto de comando, reunia com a ministra, bombeiros e autarcas locais e depois falava aos jornalistas.

Mais uma estrada, mais uma vintena de quilómetros e eis Rebelo de Sousa em Góis. Era suposto acabar ali o périplo do Presidente para ver, com os seus olhos, os efeitos das chamas que, desde sábado, já atingiram pelo menos quatro concelhos (Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Sertã e Pampilhosa da Serra), mas Marcelo ainda foi a Castanheira de Pera.

Na visita, sem assessores de imprensa, o Presidente da República ainda foi a Castanheira visitar a corporação que perdeu um dos seus bombeiros.

O fogo, que deflagrou às 13:43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.

O último balanço oficial dá conta de 64 mortos e 135 feridos.

Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.

Além de Pedrógão Grande, existem quatro grandes fogos a lavrar nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco.

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