Coimbra

Presidente da distrital do PSD diz que partido teve “um dos piores resultados” de sempre em Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 31-01-2022

O presidente da distrital de Coimbra do PSD disse hoje que o partido teve, no distrito e comparativamente ao PS, um dos piores resultados de sempre em eleições legislativas, idêntico ao alcançado há 39 anos, em 1983.

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Em declarações à agência Lusa, Paulo Leitão responsabilizou o presidente do PSD, Rui Rio, pela derrota eleitoral de domingo e defendeu uma reflexão interna, alegando que a estratégia seguida tem levado o partido a ser “o primeiro dos últimos” em sucessivas eleições.

Em Coimbra, embora obtendo mais quase 8.400 votos do que nas últimas legislativas (um total de 62.668, 29,13%), o PSD elegeu o mesmo número de deputados (três) e viu o PS alcançar seis mandatos, correspondentes a 45,23% (97.310 votos, mais 17.720 do que em 2019).

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Nos 17 concelhos do distrito, o PSD apenas venceu em Cantanhede, um já tradicional ‘bastião’ social-democrata, ainda assim com uma diferença de apenas 156 votos para o PS.

“Em termos de diferencial para o Partido Socialista, terá sido dos piores resultados que tivemos. Temos dos piores resultados de que há memória, quando comparados com o Partido Socialista, e a única responsabilidade é do próprio presidente do partido, doutor Rui Rio”, frisou Paulo Leitão.

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O líder distrital social-democrata lembrou que é preciso recuar a 1983 para encontrar um resultado de 6-3 entre PS e PSD em deputados eleitos: “E, na altura, Coimbra elegia 11 deputados e não nove, e outras forças políticas [a APU e o CDS] também elegiam”, recordou.

Paulo Leitão sustentou ainda que, nestas legislativas e na sequência das últimas eleições autárquicas, “em que o PSD, não tendo a maioria das Câmaras no distrito, lidera Câmaras que têm a maioria da população, era perspetivável uma subida muito superior àquela que o PSD teve e até almejar ombrear com o Partido Socialista”.

“Mas aquilo que vimos foi o inverso”, notou, criticando a estratégia “seguida a nível nacional, que deixou o PSD sem conseguir conquistar grande eleitorado ao centro e deixando espaço livre à sua direita para um crescimento, diria quase exponencial, da Iniciativa Liberal e do Chega”.

“Estes resultados obrigam a uma reflexão, a nível nacional, visto que a direção nacional optou por manter as estruturas que tinham tido bons resultados autárquicos um bocado afastadas da definição daquilo que seria a estratégia para estas eleições legislativas”, observou Paulo Leitão.

O líder distrital de Coimbra do PSD manifestou-se ainda “perplexo” com as declarações de Rui Rio no final da noite eleitoral: “Ele tinha afirmado na campanha interna, há menos de dois meses, que nestas eleições ou era primeiro-ministro ou então eram as últimas eleições da vida dele (…) ou ganhava ou deixaria de ser líder do partido. Ontem [domingo] veio reforçar que com a maioria absoluta [do PS] não teria motivos para ficar. Tendo-o como uma pessoa de bem, as primeiras declarações que teve nas eleições internas do PSD seriam suficientes”, argumentou Paulo Leitão.

“Agora, o PSD tem de aguardar aquilo que Rui Rio fará e tem de refletir sobre o caminho e que caminho pretende para o futuro. Até porque não pode estar condenado a esta estratégia que, no fundo, tem levado o PSD a ser o primeiro dos últimos, o segundo classificado em sucessivas eleições”, acrescentou.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando faltam atribuir apenas os quatro mandatos dos dois círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado no parlamento, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer deputado.

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