Justiça

Presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos fala em “dia feliz para a justiça”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 13-09-2022

O presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, que foi hoje absolvido pelo Tribunal de Leiria, no processo para determinar eventuais responsabilidades criminais nos incêndios, em junho de 2017, considerou que “hoje é um dia feliz para a justiça”.

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“Estava muito apreensivo, não pelo meu caso, porque o Ministério Público pediu a minha absolvição nas alegações finais, mas nomeadamente pelo comandante dos bombeiros e outros. Sempre acreditei na justiça. Nem tudo está mal. Hoje, da forma como a senhora juíza esteve presente neste julgamento, toda a sua argumentação, sem dúvida, digo que hoje é um dia feliz para a justiça, porque foi muito credibilizada perante este processo”, afirmou à agência Lusa Jorge Abreu.

O autarca acrescentou que a justiça “está de parabéns” e, “atendendo a tudo o que se passou”, a decisão foi “plenamente justificada e demonstrou um grande conhecimento nesta temática, que é muito específica e viu-se perfeitamente que se documentou”.

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Para Jorge Abreu, foi “uma sessão com muito mérito e todos ganharam com isso”.

Confrontado com o facto de poder haver outros arguidos neste processo, o autarca socialista afirmou que “foi isso que ficou nas palavras da senhora juíza, nomeadamente em relação ao senhor comandante dos bombeiros”.

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“Ele ficou sozinho, porque os pedidos que ele fez foram desviados e não foi ele que os desviou. Essas pessoas não estavam cá e como tal é de elementar justiça que o comandante dos bombeiros possa ser absolvido, como foi na totalidade, e o mérito é todo da justiça, que dignificou mais uma vez a justiça”, reforçou.

Durante os cinco anos que duraram o processo, Jorge Abreu admitiu que a “agonia” foi “permanente”, apesar de ter sempre estado de consciência tranquila.

“Agora quer a agonia que se passou quer a exposição pública, já nem falo na parte financeira, quem são os culpados? Não existem, ninguém é responsável por isso. Isso é que está mal, porque na fase de instrução do processo poderiam ter feito alguma triagem e não foi feita”, afirmou.

Para Jorge Abreu, a absolvição é um “grande alívio” que sai de cima de si, mas também sai “daqui com muita satisfação, “pela absolvição de todos.

“Era uma tremenda injustiça se não fosse assim”, disse ainda.

O presidente da Câmara afirmou compreender “perfeitamente que quem tem os seus entes queridos que passaram por isto não é fácil de lidar”.

“Tem de se ser objetivo e sincero. Não é só no princípio humano que está o mal, por isso, não vamos condenar alguém sem ter razões para isso [só] para justificar a outras pessoas. [Tenho] o total respeito pelos familiares, que compreendo que lhes seja pesado, mas mais pesado é quem na realidade sucumbiu perante esta tragédia. Esperamos que não se volte a repetir e, como presidente, e até terminar o mandato, tudo faço para que futuramente as coisas tenham tendência a mudar”, rematou.

A Jorge Abreu, de 58 anos, estavam imputados dois crimes de homicídio e um de ofensa à integridade física grave, todos por negligência.

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