Desporto

Presidente da Assembleia-Geral do Sporting demite-se

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 17-05-2018

 A Mesa da Assembleia-Geral do Sporting demitiu-se em bloco, confirmou à Lusa o presidente, Jaime Marta Soares.

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A demissão srurge depois de na terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.

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Entretanto,  Bruno de Carvalho, presidente do Sporting , já disse que não se demite. “Neste momento, sinto-me com a mesma capacidade, força, prazer e honra em servir o clube que amo, não vendo qualquer motivo enquanto sportinguista para me afastar de um trabalho e de um rumo que está a ser seguido com sucesso nestes cinco anos”.

 O presidente e vários membros do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) do Sporting  também apresentaram hoje a demissão e apelaram ao presidente do clube lisboeta, Bruno de Carvalho, e à restante direção que renunciem também aos cargos.

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“Tendo em conta os superiores interesses do Sporting Clube de Portugal, que são e sempre foram a nossa maior preocupação, apelamos a que o presidente e os restantes membros do Conselho Diretivo apresentem a sua renúncia ao cargo de forma a permitir a marcação imediata de eleições”, indicam os cinco subscritores do comunicado.

Além do presidente do CFD, Nuno Silvério Marques, e do vice-presidente, Vicente Caldeira Pires, também os membros Vítor Bizarro do Vale, Miguel Almeida Fernandes e Nuno Miguel Santos apresentaram ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares, os pedidos de demissão.

Na sequência da invasão à Academia ‘leonina’, a GNR deteve 23 suspeitos, apreendeu cinco viaturas ligeiras, vários artigos relacionados com os crimes e recolheu depoimentos de 36 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, funcionários e vigilantes ao serviço do clube.

Os detidos foram já identificados e ficaram a conhecer os factos que lhe são imputados no tribunal do Barreiro e vão começar hoje a ser ouvidos por um juiz de instrução criminal.

O Ministério Público disse na quarta-feira que os detidos pelas agressões a futebolistas do Sporting são suspeitos de práticas que podem configurar crimes de sequestro, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, e terrorismo, entre outros.

O presidente do Sporting anunciou, numa nota pessoal enviada à Lusa, que vai mover um processo contra o Presidente da Assembleia da República, comentadores e jornalistas por o terem “difamado e caluniado”, após os atos de violência em Alcochete.

“Não posso aceitar que a segunda figura do Estado tenha sido mais taxativo e belicista, fazendo-me uma crítica violentíssima, não tendo a mínima noção do cargo que ocupa e da sua condição de sócio do Sporting Clube de Portugal. Será por isso um dos primeiros visados nas ações cíveis que vou mover, até pela posição relevante que ocupa na sociedade”, refere Bruno de Carvalho.

Na quarta-feira, o presidente da Assembleia da República condenou a “situação gravíssima” de violência no treino de futebol do Sporting e apelou a “medidas sérias” da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e do Governo.

Bruno de Carvalho, na nota pessoal enviada à Lusa, nega qualquer responsabilidade no “ato hediondo” cometido na terça-feira na academia do clube, referindo-se às agressões aos jogadores e equipa técnica do Sporting, e critica também a posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

No comunicado, o presidente do Sporting acusa o chefe de Estado de “não ter sido taxativo” a confirmar a presença no estádio do Jamor, para a final da Taça de Portugal, uma manobra que disse lamentar e lhe permite apenas fazer “duas leituras”.

Na quarta-feira, o Presidente da República disse sentir-se “vexado” com os incidentes e questionado sobre se vai no domingo à final da Taça de Portugal, no Jamor, Marcelo respondeu apenas: “para já não quero dizer mais nada”.

Contra todos os que o têm difamado – políticos, jornalistas e comentadores – Bruno de Carvalho garantiu que vai “mover ações cíveis”.

As ações estender-se-ão a figuras públicas como Daniel Sampaio, José Maria Ricciardi ou Rogério Alves, os quais afirmaram que Bruno de Carvalho “não tinha condições de continuar a exercer o cargo”, acrescentou.

O presidente do clube de Alvalade classificou como “terroristas” os atos cometidos na terça-feira e queixou-se do linchamento público de que tem sido alvo.

“Não passa pela cabeça de ninguém que o Clube ou a SAD tivessem interesse neste tipo de atos de terrorismo contra os seus, ou outros”, disse Bruno de Carvalho, sublinhando que tem “lutado com todas as forças contra a violência”.

“Nunca tive qualquer tipo de ação que fosse geradora de violência como se comprova (…) pelos cinco anos [na presidência do Sporting] sem qualquer incidente. Lamento, por isso, que me estejam a ser imputadas responsabilidades, diretas ou indiretas, morais ou materiais desse ato absolutamente hediondo”.

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