Economia
Preços dos combustíveis podem ser “históricos”: Até 2 euros por litro!

Imagem: depositphotos.com
Os preços dos combustíveis voltam a aumentar esta segunda-feira, 23 de junho, e o cenário para os próximos meses é preocupante.
A escalada das tensões no Médio Oriente poderá empurrar o preço da gasolina e do gasóleo para valores históricos, até 2 euros por litro, alerta o economista João Santos.
Em declarações à TVI, o especialista sublinha que os efeitos do conflito entre Israel e o Irão já estão a refletir-se nos mercados globais, especialmente no setor energético. “Os preços dos combustíveis sobem significativamente em função da tensão crescente no Médio Oriente. Está tudo a evoluir de forma muito rápida”, alerta.
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Embora considere “pouco plausível” uma subida imediata acima dos 2€/litro, João Santos não descarta esse cenário para o final do verão, caso a situação se agrave. “O pior cenário, traçado por analistas internacionais como os da Bloomberg, está a começar a concretizar-se”, aponta.
O economista apela à ação urgente do Executivo português: “O Governo não pode ficar inoperante. Estamos num período complexo, de estagnação económica, e os combustíveis consomem uma parte significativa do rendimento das famílias e empresas.”
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, garantiu na sexta-feira que o Governo está a acompanhar o aumento do preço do petróleo e promete medidas de mitigação “se for necessário”.
Entre os combustíveis, o gasóleo será o mais afetado. “20% do gasóleo consumido na UE é importado da zona do Golfo. Como o crude usado para produzi-lo é médio pesado e existe sobretudo nessa região, os preços estão a subir mais”, explica João Santos. A escassez de stock nos EUA agrava a situação.
A ameaça iraniana de fechar o Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial — pode ser um ponto de rutura. Um bloqueio deste corredor estratégico teria consequências catastróficas: escassez energética, inflação global, disrupção nas cadeias de abastecimento e aumento dos preços em múltiplos setores — desde os transportes à agricultura.
Embora o Irão já tenha ameaçado o fecho várias vezes, nunca o concretizou, dado que também depende do estreito para exportar o seu petróleo. No entanto, a crescente tensão regional torna a ameaça mais credível do que nunca.
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