Chalet Suisso pode ser transformado em incubadora cultural da Pampilhosa

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 21-07-2017

 

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Os representantes da maior parte das coletividades da freguesia da Pampilhosa pediram ao presidente da Câmara da Mealhada, ontem à noite, que transforme o velho edifício do “Chalet Suisso”, localizado em frente à linha ferroviária daquela vila, “numa incubadora de instituições culturais”. 

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No decorrer de uma reunião convocada pelo Município para debater o futuro do mítico chalé, que foi mandado construir, em 1886, pelo emigrante suíço Paul Bergamin e recentemente adquirido pela Câmara após anos votado ao abandono, as coletividades que marcaram presença (apenas uma das 14 da freguesia faltou à chamada) convergiram na ideia de que “um edifício histórico como o ‘Chalet Suisso’, onde dormiram reis – a rainha D. Amélia dormia ali sempre que viajava para Espanha -, só pode ter um uso cultural”.

Coletividades como o Grupo Etnográfico de Defesa do Património e Ambiente da Pampilhosa (GEDEPA) ou a Associação Desportiva e Cultural dos Pescadores de Pampilhosa defenderam que o velho chalé pudesse ser transformado em espaço turístico ou, como defendeu a Filarmónica Pampilhosense, que fosse repartido entre espaço turístico e cultural.

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Mas, após os contributos dados, entre outros, pelas delegações locais da Cruz Vermelha Portuguesa e dos escuteiros, Grupo Regional da Pampilhosa do Botão, Associação Cultural LISMOS, Futebol Clube da Pampilhosa, Associação de Teatro Aguarela de Memórias, Bombeiros Voluntários da Pampilhosa e Junta de Freguesia local, prevaleceu a ideia de que o futuro do “Chalet Suisso” deve passar por acolher instituições locais de cultura, uma biblioteca, um pequeno museu e espaços para exposições temporárias.

O que mais surpreendeu o presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, foi perceber, após a reunião com representantes de 13 das 14 coletividades existentes na freguesia da Pampilhosa, que a maior parte dos moradores desconhece por completo quão bonito é, por dentro, o edifício.

“Não imaginava que as pessoas falassem do ‘Chalet Suisso’ sem conhecer o seu interior. Fiquei admirado! Tem compartimentos muito bonitos, com pinturas que devem ser preservadas, daí que, nesta primeira fase, iremos proceder à limpeza, higienização, arranjo da cobertura e selagem do prédio para evitar maior degradação. Depois, iremos mandar executar um projeto arquitetónico de reabilitação, eventualmente a cargo de algum arquiteto – Siza Vieira ou Souto de Moura, por exemplo – que, para além da garantia de qualidade, tragam também prestígio e notoriedade ao ‘Chalet Suisso’, acrescentando valor à obra”, afirmou, no final da reunião, Rui Marqueiro, prometendo um trabalho que vá ao encontro das pretensões dos pampilhosenses e não seja uma (im)posição unilateral da Câmara Municipal.

O “Chalet Suisso”, inicialmente propriedade da Empresa de Construção Civil Bergamin, Lda., ficou também conhecido como “Hotel Bergamin” ou “Hotel Suisso”.

Foi construído num local estratégico, junto à conhecida estação ferroviária da Pampilhosa, criando condições para o repouso e dormida dos viajantes que, ao mudarem de comboio na Pampilhosa, passaram a ter onde pernoitar.

Existem vários relatos de que o rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia ali pernoitavam para repor as forças gastas nas longas horas de viagem de comboio. Aliás, o quarto n.º 12 era conhecido como o quarto reservado a suas majestades.

A sua construção bem ao “estilo suíço”, evoca as casas campestres dos Alpes Suíços, transportando-nos para um cenário característico dos postais daquela região, com vacas, queijos e relógios. A arquitetura do edifício revela, logo à partida, influências de estilo dominante naquele país.

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