Política

PCP recorda percurso “democrático e de resistência ao fascismo” de Jorge Sampaio

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 10-09-2021

O PCP expressou hoje as condolências à família e ao PS pela morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, sustentando que tem de “ser reconhecido” pelo percurso “democrático e de resistência ao fascismo”.

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De acordo com uma nota divulgada, os comunistas expressaram à “família e ao PS as suas condolências” pela morte do antigo chefe de Estado e dirigente socialista.

“A Jorge Sampaio deve ser reconhecido o seu percurso democrático e de resistência ao fascismo no qual releva o papel desempenhado na defesa nos tribunais plenários, nos anos da ditadura, de numerosos antifascistas”, acrescenta o partido.

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Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como os dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da ‘Capela do Rato’, em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial.

O PCP também recordou a trajeto político de Sampaio no pós-25 de Abril, nomeadamente através do desempenho das funções de secretário-geral do PS, de Presidente da República entre 1996 e 2006, e de presidente da Câmara de Lisboa, “cargo que exerceu entre 1990 e 1995 no quadro da coligação ‘Por Lisboa’, em que o PCP exerceu relevante papel”.

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O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, disse à agência Lusa fonte da família.

O ex-chefe de Estado estava internado desde dia 27 de agosto no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, com dificuldades respiratórias.

Sampaio estava no Algarve, mas após sentir dificuldades respiratórias, e “dado o seu historial de doente cardíaco”, foi transferido para Lisboa, disse na altura com fonte do seu gabinete.

Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país.

Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974.

Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978.

Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

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