Política

PCP exige políticas que travem abandono dos meios rurais (C/ÁUDIO)

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 17-06-2022

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, exigiu hoje investimento público para desenvolver os meios rurais, alertando que perdura a ameaça dos incêndios devido a “uma política de desprezo” destas áreas.

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Em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, Jerónimo de Sousa disse que os grandes incêndios que, em 17 de junho de 2017, devastaram a região e causaram mais de 60 mortos, levaram à produção de “relatórios e mais relatórios”, além de “muita legislação e uma imensidão de despachos”.

Contudo, na sua opinião, a situação da floresta e da segurança das populações nos concelhos na altura mais flagelados pelos fogos, sobretudo nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, continua idêntica à que antecedeu a tragédia de há cinco anos.

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“O cadastro florestal continua a marcar passo”, afirmou o líder comunista, que falava aos jornalistas nas margens da albufeira da barragem do Cabril, após ter participado numa reunião com os Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande.

O êxodo das populações do chamado interior deve-se também ao “desmantelamento dos serviços públicos essenciais à vida”, salientou Jerónimo de Sousa, ao responsabilizar governos sucessivos por “uma política de desprezo pelo mundo rural e pela floresta”.

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“Uma política desastrosa que não foi capaz de defender a pequena agricultura”, nem reduzir a tragédia dos incêndios em Portugal, incluindo em zonas montanhosas onde “o valor pago pela madeira continua como há 20 anos”, referiu.

Para Jerónimo de Sousa, “a maior parte dos apoios à floresta vão para onde há menos incêndios”.

A situação da floresta portuguesa e do interior em geral, defendeu, deveria ter melhorado desde 2017, “tivesse o Governo aprendido” com a devastação provocada pelos fogos de 17 de junho desse ano, a que se seguiram os de 15 de outubro, também em concelhos na região Centro, como Lousã, Penacova, Vila Nova de Poiares, Tábua e Oliveira do Hospital, entre outros.

“A verdade é que os bombeiros têm as verbas cada vez mais reduzidas”, criticou o secretário-geral do PCP, que solicitou ao Governo um reforço do financiamento das atividades destas instituições de socorro.

Por outro lado, após ter viajado por estradas da região, “salta à vista” que “continua a haver perigo lactente” na maior parte das áreas florestais queimadas há cinco anos, onde as espécies, especialmente eucaliptos e mimosas, crescem desordenadamente por regeneração natural, sem qualquer intervenção pública ou privada, e já atingem nalguns casos mais de 10 metros de altura.

“É importante vir aqui, para conhecer a realidade e agir no quadro institucional”, preconizou ainda.

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