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Passos diz que BE e PCP “rosnam mas não mordem” ao Governo

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 12-02-2018

O presidente do PSD disse hoje que o PCP e o BE “rosnam mas não mordem” ao Governo socialista e não o derrubam mesmo que este faça o contrário do que defende a esquerda.

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PASSOS COELHO

Intervindo numa conferência na Faculdade de Economia de Coimbra, Pedro Passos Coelho deu o exemplo das posições assumidas pelos partidos de esquerda em Portugal aquando da crise grega, lembrando que BE e PCP defendiam que o Governo português batesse o pé aos financiadores externos e tivesse o “mesmo procedimento” do Governo grego, mas que hoje a Grécia “foi apagada dos discursos” de comunistas e bloquistas, depois de ter sofrido uma destruição económica “sem precedentes”.

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“O exemplo do que se passou na Grécia, em que as pessoas nem aos multibancos conseguiam ir buscar o dinheiro que tinham, porque não havia, teve algum impacto em Portugal, na altura. E eu estou convencido que é por isso que o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, como se costuma dizer e espero que isto não seja visto como impróprio, rosnam mas não mordem, quer dizer, ameaçam mas não concretizam”, frisou Passos Coelho.

“Vão dizendo que o Governo não devia ceder tanto à União Europeia, à Comissão Europeia, devia gastar mais, a obsessão pela redução do défice não devia ser tanta, a redução da dívida não devia ser tanta, que até se devia reestruturar a dívida, sendo que uma parte dela está cá dentro, reestruturá-la era não pagar, era deixar falir os bancos, a segurança social e por aí fora, seria o desastre completo”, enunciou o ainda líder do PSD.

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Passos Coelho acusou BE e PCP de “assim como quem quer manter uma certa linha de coerência com o que diziam no passado”, de defenderem que o “multiplicador keynesiano resolve tudo”: “a pré-bancarrota de 2011 a gente nem sabe porque é que aconteceu, bastava gastar mais, mais despesa, o Estado recebia mais impostos, com isso pagava o que devia, era uma maravilha. A gente não sabe porque é que o professor Teixeira dos Santos, Ernâni Lopes e todos os [ministros das Finanças] que lidaram com bancarrotas não se lembraram disso, de gastar o que não tinham, era ótimo”, ironizou.

“Eu louvo uma certa coerência nesta maneira de pensar, mas reconheço que, assinalando todavia essa coerência, na prática ninguém deita o Governo abaixo porque o Governo faz o contrário. E isso é bom, porque não teria interesse nenhum em que o país voltasse a uma situação como aquela que viveu”, argumentou o presidente do PSD.

O ainda presidente do PSD recusou falar sobre o futuro do partido e a nova liderança de Rui Rio, alegando que não é comentador e criticou a “gente tonta” que faz considerações sobre tudo o que pensa.

Questionado hoje por um aluno da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), no período de debate, sobre a proximidade de Rui Rio à esquerda e o futuro do PSD na oposição ao Governo socialista, Passos Coelho deixou sem resposta a plateia de cerca de 300 alunos universitários.

“Não é porque eu não pudesse fazer comentários, mas eu não sou comentador. As pessoas pensam, evidentemente, mas não são obrigadas a dizer tudo o que pensam, senão nós assemelhávamo-nos a gente tonta que, em todas as circunstâncias, resolvia fazer considerações sobre todas as coisas que pensam”, afirmou Passos Coelho.

“O que eu penso sobre o que se passou nestas eleições do PSD, sobre a estratégia que vai ser seguida, sobre o que o doutor Rui Rio vai fazer ou não vai fazer é, por agora e por muito tempo, uma matéria que só a mim me diz respeito”, argumentou.

Passos Coelho lembrou que presidiu ao PSD durante oito anos e frisou que a “última coisa” que gostava de fazer era completar o mandato a fazer comentários sobre o futuro do partido.

“Foi um futuro a que eu não concorri”, sustentou Passos Coelho.

No entanto, o presidente dos sociais-democratas, que deixa a liderança no próximo fim de semana, revelou “muita confiança” em que o PSD desempenhe um papel “muito relevante” no espetro político e partidário português, manifestando-se seguro de que o partido “terá um papel decisivo no futuro”.

“Tenho a certeza de que toda a gente estará imbuída no melhor espírito para que o seu mandato seja bem sucedido. Porque o partido é de todos nós e a esmagadora maioria das pessoas que eu conheço dentro do meu partido só querem o bem ao seu país e querem que as coisas possam correr o melhor possível para futuro”, declarou Passos Coelho.

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