Portugal pode receber parte do mecanismo europeu de Proteção Civil

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 26-01-2018

O eurodeputado do CDS Nuno Melo defendeu hoje que parte da futura estrutura a criar dentro do Mecanismo Europeu de Proteção Civil deve ficar sediada em Portugal, por ser um dos países mais afetados pelos fogos florestais.

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pedrógão

Nuno Melo, que visitou hoje a zona de Pedrógão Grande e Lousã integrando uma delegação de eurodeputados do Partido Popular Europeu (PPE), afirmou que é necessário existir no Sul da Europa “equipamento, meios e formas capazes de comunicação”, para que fogos futuros tenham resultados diferentes daqueles que se registaram em 2017, em Portugal.

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“Os eurodeputados portugueses estão empenhados largamente neste futuro mecanismo que fez falta e, existindo no futuro, fará a diferença”, sublinhou Nuno Melo, que falava aos jornalistas após uma visita ao Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais (LEIF), na Lousã, distrito de Coimbra.

Para o eurodeputado do CDS, o sul da Europa terá “seguramente” de ficar com a futura estrutura a ser criada, considerando que se justifica que “parte do esforço e parte dessa estrutura” fique sediada em Portugal.

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No entanto, alertou para o facto de que nem todos os países da Europa “encaram a importância deste mecanismo”, nomeadamente as regiões onde tragédias como as dos incêndios não são muito frequentes.

“Há países na União Europeia que são resistentes à ideia de um Mecanismo Europeu de Proteção Civil, porque só conseguem contextualizar o lado da despesa” e não percebem as particularidades do sul da Europa, notou.

A delegação do PPE, que começou a sua visita na quinta-feira às zonas afetadas pelos incêndios, é presidida pela presidente da Comissão sobre o Ambiente, Saúde Pública e Segurança Ambiental do Parlamento Europeu, a romena Adina-Ioana Valean, que é acompanhada pelos eurodeputados portugueses Nuno Melo (CDS), José Inácio Faria (MPT), Sofia Ribeiro e Cláudia Monteiro de Aguiar (PSD).

Questionada pelos jornalistas, Adina-Ioana Valean realçou que a reformulação do mecanismo europeu é uma “boa iniciativa”, apesar de reconhecer que é “complexa” e que pode ser melhorada com as aprendizagens que leva da visita aos territórios afetados em Portugal.

“Temos que aprender a prevenir acidentes e a lutar quando estes estão a acontecer. Temos esse mecanismo e a Europa está pronta para pôr algum dinheiro para desenvolver as suas próprias respostas para ajudar as pessoas ou para lutar em situações de desastres”, afirmou a eurodeputada romena, que defendeu também um maior apoio a nível europeu às instituições que estudam os fogos e os seus efeitos, como é o caso do laboratório que visitaram hoje, na Lousã, coordenado pelo especialista Domingos Xavier Viegas.

Já o eurodeputado do MPT José Inácio Faria salientou que, além do trabalho que tem de ser feito no âmbito da proteção civil, é necessário “pôr em cima da mesa uma política de reflorestação a sério”, afirmando que a Europa pode ter um papel em termos de “harmonização de legislação” nesta área.

A eurodeputada do PSD Sofia Ribeiro alertou, por outro lado, para a necessidade de manutenção do orçamento europeu para a agricultura no pós-2020, considerando que esta área tem relevância não apenas para o desenvolvimento económico, como para o “desenvolvimento da coesão não apenas territorial como social”.

A delegação de eurodeputados do PPE começou a visita nas zonas afetadas na quinta-feira e termina hoje, na Marinha Grande, distrito de Leiria.

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