Padre de Pedrógão Grande diz que as pessoas estão fartas das promessas dos políticos

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 04-08-2017

O pároco de Pedrógão Grande disse hoje à agência Lusa que as pessoas “acreditam pouco no Estado e nos políticos” e assumiu que estão “fartos de promessas”.

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padre júlio

“O que se passa é que as pessoas acreditam pouco no Estado e nos políticos. Estão fartos de promessas”, afirmou o padre Júlio Santos.

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O sacerdote que tem acompanhado no terreno e apoiado espiritual e psicologicamente os seus paroquianos, sobretudo aqueles que foram atingidos pelo incêndio que deflagrou em 17 de junho, explicou que a intervenção do Governo não é ainda visível.

“Não tenho visto nada de palpável, nem sequer as placas de sinalização [das localidades] foram retiradas. Esse seria o primeiro sinal de que já andam a fazer alguma coisa”, frisou.

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Júlio Santos diz mesmo que há demasiada burocracia para uma situação excecional como aquela que afetou Pedrógão Grande.

Morreram neste incêndios 64 pessoas e mais de 200 feridas.

“Tanta reunião, tanta reunião. As reuniões não resolvem o problema das pessoas. Pelo menos é o que eu sinto por parte das pessoas”, sustentou.

Já em relação à intervenção da Igreja no terreno, disse que a maior parte das pessoas “são gente de fé” e adiantou que sente que lhes tem proporcionado “um apoio espiritual e psicológico muito forte”.

“Não só eu, mas também um grupo de religiosos. Neste momento, temos aqui missionários da Boa Nova e teólogos que estão com as pessoas, celebram inclusivamente a eucaristia junto das comunidades. Temos tido, todas as semanas, grupos de religiosos por cá”, disse.

O sacerdote realçou ainda o papel que a Cáritas de Coimbra tem desempenhado no terreno, não só em termos materiais (apoio à reconstrução de mais de 40 casas), como humanitário e espiritual.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.

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