Coimbra

Operadores de descidas no rio Mondego contra corte de estrada para obras no verão

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 20-05-2019

Os seis maiores operadores das descidas do Mondego, na zona de Penacova e Coimbra, contestaram hoje a interrupção da estrada que liga as duas localidades, pela margem direita do rio, para obras, no verão.

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A Estrada Nacional 110 (EN 110) entre Penacova e Coimbra é “essencial ao turismo da região” e “não pode ser ‘cortada’ em plena época alta, pois isso é ‘matar’ a descida do Mondego em kayak”, afirmam “os seis maiores operadores da descida do Mondego”.

Além da descida do Mondego – alertam as seis empresas – “outros negócios sobrevivem graças a quem circula naquela estrada, como cafés e restaurantes, ou circuitos turísticos como os ‘cycling tours’ que recentemente se tornaram mais uma oferta turística” naquele troço da EN 110, vulgarmente também conhecido por estrada da beira-rio, estrada verde ou estrada velha.

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Questionada pela agência Lusa, a Infraestruturas de Portugal (IP) confirma que a segunda fase do “trabalhos de estabilização de taludes na EN 110, em Penacova, com uma duração prevista de 68 dias”, tem início na quinta-feira, estimando que fique “concluída até final do mês de julho”.

Durante este período “será implementado o corte total no troço da EN 110”, entre os quilómetros 7,1 e 8,6 (povoação do Caneiro), explicita a IP, sublinhando que a interrupção do trânsito visa “garantir condições de segurança para automobilistas e trabalhadores da obra”.

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Apesar do corte da via, “estão salvaguardadas condições de passagem de veículos de emergência em situações de urgência”, assegura a IP, indicando que “a zona de trabalhos e desvios de trânsito estão devidamente sinalizados, recomendando-se a utilização do IP3 e EN 17 [Estrada da Beira] como percursos alternativos”.

A intervenção na via “faz-se com o ‘corte’ de estrada por ser a solução mais barata tecnicamente, não por ser a única possível”, sustentam, por seu lado, os operadores da descida do Mondego.

“Mas mesmo que a interrupção da circulação fosse a única solução, essa decisão faz tanto sentido nesta altura do ano como promover obras na marginal da Figueira da Foz no verão ou na estância da Serra da Estrela no inverno: nenhum”, afirmam ainda as empresas Caminhos d’Água, Capitão Dureza, Geoaventura, Pioneiro do Mondego, Sportmargens e Transserrano.

“Atualmente, os autocarros com clientes deslocam-se diretamente do Casal da Misarela [uma das localidades atravessada pela EN 110, a cerca de seis quilómetros de Caneiro] para Penacova, numa viagem de cerca de 20 minutos”, indicam os empresários, destacando que “as alternativas obrigarão a uma viagem de uma hora ou mais, com um custo que é o dobro do atual”.

Um estudo económico feito pela Câmara de Penacova, “aquando do projeto da mini-hídrica da Foz do Caneiro – ‘chumbado’ na avaliação ambiental – estimou em meio milhão de euros anuais o impacto que a atividade das descidas em kayak gera na economia local”, sublinham.

“Imagina-se que este impacto [do corte da estrada] seja bem superior ao custo da solução técnica necessária para realizar a obra sem interrupção do trânsito”, destacam as empresas.

Mas os seis operadores da descida do Mondego “não vão ficar de braços cruzados perante mais esta ameaça à sua sobrevivência”, asseguram.

Antes de decidirem “formas de luta”, os empresários “aguardam uma audiência com o Centro Operacional Centro Norte da IP, para em conjunto estudarem as soluções possíveis para esta atividade turística não ser interrompida na época de maior procura, de forma a garantir os postos de trabalho existentes e os compromissos assumidos com clientes, com fornecedores e com entidades gestoras de fundos comunitários que apoiaram projetos de empreendedorismo”, acrescentam.

Os operadores vão solicitar “outras audiências” a “diversas entidades, bem como aos deputados à Assembleia da República eleitos pelo distrito do Coimbra”.

Esta empreitada para a estabilização de taludes na EN 110 em Penacova, que foi consignada, em março deste ano, por cerca de 120 mil euros, tem, de acordo com a IP, como “objetivo o reforço das condições de segurança, quer para a circulação rodoviária quer para as habitações confinantes com a plataforma rodoviária”.

A intervenção prevê, designadamente, “corrigir os locais onde foram identificados sinais de instabilidade, de modo a mitigar potenciais desprendimentos de materiais rochosos” para a via.

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