Coimbra

Operação Amouda: SEF detém última suspeita de grupo criminoso que aliciava portuguesas para casamentos de conveniência

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 17-01-2019

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deteve, esta manhã, em Lisboa, a última suspeita de um grupo criminoso organizado que recrutou, pelo menos, 50 mulheres portuguesas para casamentos de conveniência, um grupo indiciado pelos crimes de associação ao auxílio à imigração ilegal, imigração ilegal, falsificação ou contrafação de documentos, casamentos de conveniência e associação criminosa.

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Imagem ilustrativa

No âmbito da operação “Amouda”, iniciada na passada terça feira SEF, em colaboração com as autoridades belgas, havia sido detidos três suspeitos. Os mesmos foram presentes ontem a Tribunal tendo-lhe sido aplicada a medida de prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

Foi ainda constituída arguida uma advogada e um quinto suspeito ficou obrigado a apresentações diárias na PSP da área de residência. A mulher detida hoje, angariadora e nubente, será ouvida amanhã no Tribunal de Loures, a fim de serem aplicadas as devidas medidas de coação.

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Nesta operação, que contou com o apoio da Europol e da Eurojust, foram realizadas 18 buscas domiciliárias, encontrados dezenas de documentos falsificados, apreendido diversos equipamentos informáticos (laptops, desktops e outros dispositivos móveis), grandes quantias de dinheiro e, ainda, produto estupefaciente.

O grupo criminoso estava envolvido na facilitação da imigração ilegal, através da organização de casamentos conveniência, predominantemente entre cidadãs nacionais e cidadãos indostânicos.

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As mulheres portuguesas eram recrutadas para casar com homens de origem indostânica, que não conheciam, e, em contrapartida, recebiam cerca de cinco mil euros. Depois, os casais viajavam para a Bélgica, onde os cidadãos indostânicos tentavam a legalização por via do casamento com cidadã comunitária, o que permitia aos maridos permanecer na União Europeia, obter autorizações de residência e, em seguida, obter lucros ilícitos com benefícios sociais.

O SEF deu início a esta investigação em 2016, após as autoridades belgas terem detetado um aumento suspeito do número de certidões de casamento emitidas em Portugal, que viriam a revelar-se falsas.

Devido à natureza internacional do crime, foi criada uma Equipa de Investigação Conjunta (JIT) que culminou num Dia de Ação Conjunta, realizada simultaneamente em Bruxelas (Bélgica), Lisboa e Algarve. Para facilitar a cooperação direta, oficiais belgas estiveram presentes em Portugal enquanto uma equipa do SEF viajou para a Bélgica.

A Europol apoiou a operação conjunta no centro de coordenação criado pela Eurojust. Analistas da Europol foram, também, destacados para a Bélgica e Portugal para verificação cruzada de informações em tempo real e análise forense de telemóveis.

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