Coimbra

Oliveira do Hospital recupera no inverno a floresta que arde no verão

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 23-11-2013

A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, instituições locais e voluntários recuperaram nos últimos anos 18 hectares de floresta ardida, tendo apostado na plantação de espécies autóctones.

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A propósito do Dia da Floresta Autóctone, que hoje se comemora, a autarquia aderiu mais uma vez à Semana da Reflorestação Nacional, uma iniciativa do movimento Plantar Portugal que termina no domingo.

A sementeira de bolotas de carvalho e sobreiro e a plantação de pinheiros mansos, em Ervedal da Beira, foi uma das ações realizadas por alunos das escolas e membros da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

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No último verão, o fogo consumiu mais 730 hectares de floresta na zona de Ervedal da Beira.

Nestas ações, que a Câmara de Oliveira do Hospital também costuma promover no Dia Mundial da Floresta, participam crianças que frequentam o 1º. Ciclo e o nível pré-escolar.

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“Se no verão arde floresta, os poderes públicos e a comunidade têm uma obrigação ética de compensar no inverno”, afirma à agência Lusa o vice-presidente da autarquia, Francisco Rolo.

A reflorestação das áreas queimadas, com carvalhos, medronheiros, castanheiros e outras árvores da flora primitiva constitui “um investimento no futuro” e na preservação da biodiversidade.

Francisco Rolo salienta a importância de “fazer um investimento na consciência ambiental e no futuro que vai deixar marcas”.

Esta aposta “irá dar os seus frutos no futuro”, corrobora o comandante local da GNR, José Carlos Alves, membro da Comissão Municipal de Defesa da Floresta.

Paulo Sousa, adjunto do comando dos Bombeiros Voluntários, e Leonel Garcia, dos Sapadores Florestais da associação Caule, partilham da mesma opinião.

Para Paulo Sousa, esta é “uma maneira de se começar a ordenar a floresta, para que facilite o combate ao fogo no futuro”.

“Arde muito menos uma plantação de carvalhos e castanheiros do que de pinheiros”, confirma Leonel Garcia.

Na Câmara, o pelouro das Florestas e Desenvolvimento Rural é assumido pela engenheira florestal Teresa Dias.

“O nosso público-alvo tem sido, preferencialmente, os alunos do 1º. ciclo e do pré-escolar”, refere, realçando a disponibilidade das crianças para novos conhecimentos.

Graça Figueiredo acompanha 20 meninos do Jardim de Infância do Largo da Feira na sementeira de bolotas, no parque urbano do Mandanelho.

“As crianças gostam muito destas atividades e sabem a importância da árvore no nosso planeta”, afirma esta educadora, enquanto o engenheiro José Carlos Silva, responsável do Gabinete Técnico Florestal da autarquia, reforça a necessidade de reflorestar “áreas recentemente ardidas”.

Em Rio de Mel, o camponês Germano das Neves, de 84 anos, revela à Lusa que milhares de pinheiros e eucaliptos já nasceram espontaneamente nas encostas devastadas pelo fogo que cercou a aldeia em setembro do ano passado.

Mais de um ano após ter perdido também três palheiras, árvores de fruto, oliveiras e videiras, ainda não recebeu qualquer indemnização, nem conseguiu vender os pinheiros que secaram.

“Ainda não apareceu um negociante que me dê mais ou menos aquilo que eu quero”, revela.

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