Coimbra

Obras na estrada Coimbra – Penacova podem acabar com descidas no Rio Mondego!

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 20-05-2019

A Infraestruturas de Portugal prepara-se para intervir na Estrada Nacional 110, no troço entre Penacova e Coimbra.

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Em comunicado enviado a NDC, as 6 maiores empresas que atuam como operadores turísticos no Rio Mondego, lembram que esta via é essencial ao turismo da região, por ser a estrada utilizada quer pelos clientes quer pelas empresas que se dedicam à organização das famosas descidas do Mondego em kayak, além de muitos outros turistas que querem conhecer a famosa “estrada verde”.

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Salientam que a apesar de necessária por razões de segurança, a programação desta intervenção, com interrupção da circulação da via durante mais de 2 meses – entre Junho e meados de Agosto – tem um impacto directo económico que levará garantidamente à perda de emprego em algumas empresas cujo core é a descida do Mondego em kayak.

Actualmente os autocarros com clientes deslocam-se directamente do Casal da Misarela para Penacova, numa viagem de cerca de 20 minutos. As alternativas obrigarão a uma viagem de 1:00 ou mais, com um custo que é o dobro do actual. Além de que os clientes vêm à região para andar de kayak, não de autocarro, lamentam os operadores.

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“O acompanhamento dos grupos é feito não só com monitores em kayak mas também com viaturas por estrada, de modo a ser possível prestar uma assistência rápida em caso de acidente. Estamos a falar de uma actividade que pode ser realizada por invisuais ou paraplégicos, desde que acompanhados no kayak. Também este apoio por terra se vai deixar de poder fazer, com o corte da N110 a impedir essas viaturas de acompanhar os grupos”, recordam.

“É flagrante a ironia de, nos discursos oficiais, se apregoar as vantagens económicas do Turismo para o país, o nobre objectivo de desenvolver o interior do nosso Portugal ou ainda as preocupações com o ambiente e a desenvolvimento do Turismo de Natureza. Na prática os entraves à actividade turística de natureza no Mondego têm vindo e continuam a ser uma constante – recorde-se a luta da região contra a construção de uma mini-hídrica na Foz do Caneiro, a construção à revelia dos operadores turísticos – e da lampreia… – da represa de Louredo, a construção da ponte pedonal na praia fluvial do Casal da Misarela em plena época estival, ou o miserável estado do acesso rodoviário àquela praia pela margem direita de há anos a esta parte”, lamentam.

Os empresários garantem que esta intervenção faz-se com o “corte” de estrada por ser a solução mais barata tecnicamente, não por ser a única possível.

Mas mesmo que a interrupção da circulação fosse a única solução, essa decisão faz tanto sentido nesta altura do ano como promover obras na marginal da Figueira da Foz no Verão ou na Estância da Serra da Estrela no Inverno: nenhum. O estudo económico levado a cabo pela autarquia de Penacova aquando do projecto da mini-hídrica da Foz do Caneiro – “chumbado” na avaliação ambiental – estimou em meio milhão de euros anuais o impacto que a actividade das descidas em kayak gera na economia local. Imagina-se que este impacto seja bem superior ao custo da solução técnica necessária para realizar a obra sem interrupção do trânsito, frisam

As empresas acrescentam que a Nacional 110 é essencial ao turismo da região. Não pode ser “cortada” em plena época alta, pois isso é “matar” a descida do Mondego em kayak.

 “Num mundo globalizado, onde o turista escolhe com facilidade a região ou o país que quer visitar, e onde a opinião do turista se espalha à escala global instantaneamente através da internet e das redes sociais, não podemos dar tiros no pé e criar obstáculos artificiais à actividade turística. Bom senso precisa-se. Ou, pelo menos, coerência”, lamentam os empreendedores.

Além da descida do Mondego outros negócios sobrevivem graças a quem circula naquela estrada, como cafés e restaurantes, ou circuitos turísticos como os cycling tours que recentemente se tornaram mais uma oferta turística da N110 no troço entre Coimbra e Penacova.

Os 6 maiores operadores da “Descida do Mondego” – Caminhos d’água, Capitão Dureza, Geoaventura, Pioneiro do Mondego, Sportmargens e Transserrano –  garantem  que “não vão ficar de braços cruzados perante mais esta ameaça à sua sobrevivência”.

Antes de decidirem outras formas de luta aguardam uma audiência com o Centro Operacional Centro Norte da Infraestruturas de Portugal, para em conjunto estudarem as soluções possíveis para esta actividade turística não ser interrompida na época de maior procura, de forma a garantir os postos de trabalho existentes e os compromissos assumidos com clientes, com fornecedores e com entidades gestoras de fundos comunitários que apoiaram projectos de empreendedorismo. Outras audiências vão ser solicitadas a diversas entidades, bem como aos deputados à Assembleia da República eleitos pelo distrito do Coimbra.

 

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