Coimbra

Obra “Uma Vida de Herói” realça faceta poética e dramatúrgica de Jaime Cortesão

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 27-08-2018

 O investigador Pedro Martins aborda na obra “Uma Vida de Herói” a faceta poética e de dramaturgo do historiador Jaime Cortesão (1884-1960), que aponta este natural de Ançã, Cantanhede, como “homem audaz”.

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  O investigador Pedro Martins aborda na obra “Uma Vida de Herói” a faceta poética e de dramaturgo do historiador Jaime Cortesão (1884-1960), que aponta como “homem audaz”.

O livro “Uma Vida de Herói. Morte e Transfiguração de Jaime Cortesão”, de Pedro Martins, editado pela Zéfiro, chega às livrarias nacionais em outubro e é, como se lê no prefácio de António Cândido Franco, “uma cerrada e prodigiosa interpretação de parte da obra de Jaime Cortesão e que fica desde já a ser, pela inteligência, finura e teimosia com que cinge as letras”, um contributo essencial para melhor se compreender esta sua faceta literária.

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Cândido Franco, investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, aponta a obra de Pedro Martins como “um marco assinalável de progressão nos estudos sobre a poesia e o teatro” do historiador, autor, entre outros títulos, de ”Os Fatores Democráticos na Formação de Portugal” (1930).

O investigador realça que só com o ensaio de Pedro Martins se começam “a vislumbrar as verdadeiras dimensões duma obra poética e dramática que sem a simbologia iniciática ficava amputada dum espírito essencial que em muito contribui para a sua altura e o seu desmedido valor”.

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Cortesão, historiador, designadamente da expansão marítima portuguesa, foi autor, entre outros, de “A Política de Sigilo nos Descobrimentos nos Tempos do Infante D. Henrique e de D. João II” (1960) e “A História dos Descobrimentos Portugueses” (1960-62), em dois volumes. Estreou-se editorialmente com o poema “A Morte da Águia” (1910) e além de poesia escreveu peças de teatro, designadamente, “Adão e Eva” (1921).

Na opinião de António Cândido Franco, “Cortesão é um dos grandes escritores do século XX” e “este livro de Pedro Martins contribui como nenhum outro para lhe restituir a aura de grandeza e de luz que ele tem”, especialmente “numa era sombria de morte e esquecimento” de Jaime Cortesão, que, como cidadão, opôs-se ao regime ditatorial do Estado Novo e apoiou, em 1957, a campanha presidencial do general Humberto Delgado.

Aliás, nesta altura, Cortesão foi eleito presidente da então Sociedade Portuguesa de Escritores e, anteriormente, com Leonardo Coimbra, tinha fundado a revista Nova Silva (1907) e, com Teixeira de Pascoes, A Águia (1910), tendo iniciado dois anos depois a publicação da Renascença Portuguesa.

Apontado por Pedro Martins como “homem de ação”, o ensaísta afirma que Jaime Cortesão “como autor sempre procede da contemplação para ação”.

“Homem audaz, intrépido e tenaz”, Cortesão é descrito por Pedro Martins da seguinte forma: “Barbi-ruivo como Camões, com este partilhará ainda a feição aventurosa de uma natureza guerreira e cavaleiresca que lhe dita o sentido e o destino de toda uma vida”.

A obra de Pedro Martins aborda os diferentes escritos de Cortesão nas áreas do teatro e da poesia, para realçar que a sua escrita é “iniciática” e carregada de simbolismos, e que deve ser lida nesta perspetiva.

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