Coimbra

Óbito/José Mário Branco: Rui Pato considera “perda maior para a música portuguesa”

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 19-11-2019

Óbito

 

O músico Rui Pato considerou hoje a morte de José Mário Branco “uma perda maior para a música portuguesa”, destacando designadamente o talento e imaginação do compositor, autor e intérprete.

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“Não estou a ver ninguém com o potencial de imaginação e talento para a música”, disse à agência Lusa o médico, músico e nome histórico da canção de Coimbra, que acompanhou José Afonso.

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“Além de um amigo perdi um mestre porque o Zé Mário, sob o ponto de vista musical foi um dos mais completos que conheci, como intérprete, como arranjador, como compositor”, salienta Rui Pato.

José Mário Branco “integrava o grupo da utopia”, era “um homem parecido com o Zeca [Afonso] e outros companheiros”, recorda Rui Pato, sublinhando ainda a “delícia” que era “conversar com ele, que tinha sempre muito para contar”.

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A última vez que se encontraram, em julho deste ano, José Mário Branco já “estava muito debilitado”, mas, conta Rui Pato, “quando se conversava com ele de música e dos amigos, vinha-lhe, não se sabe de onde, uma força extraordinária” e, nessa ocasião, isso voltou a acontecer.

“O Zé Mário era muito amigo, muito solidário”, realça ainda Rui Pato.

Nascido no Porto, em 25 de maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, sobretudo no final dos anos 60, quando estava exilado em França, e durante o período revolucionário.

O seu trabalho estende-se também ao cinema e ao teatro. Regressado a Portugal, depois do 25 de Abril de 1974, foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas, como Camané e Amélia Muge.

Em 2018, José Mário Branco completou meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999. A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, gravados de 1971 a 2004.

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