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O que se sabe sobre o misterioso investidor na Académica?

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 21-04-2022

O presidente da Académica, Pedro Roxo, anunciou um parceiro (Athlon Family Office) para a constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD). O Notícias de Coimbra contactou Anna Guerreiro, a CEO da Athlon, para perceber que projeto tem para a Briosa.

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O NDC enviou um conjunto de questões à anunciada investidora que, no dia da histórica descida da Académica à Liga 3, se sentou ao lado de Pedro Roxo. Quem são os investidores? O que leva um fundo americano a apostar num clube de uma cidade como Coimbra? Que valores estão em causa? Qual o plano para levar a Briosa à primeira divisão? Foram algumas das questões enviadas à fundadora da Athlon FO.

A americana, casada com um português, acusou a receção das perguntas feitas pelo NDC, mas ainda não respondeu formalmente. No entanto, o NDC apurou junto de fonte conhecedora da parceria que a Athlon prevê um investimento de 4 milhões e 900 mil euros na Académica, em troca de 49% do capital. Além disso, a proposta tem um conjunto de obrigações, entre as quais está um orçamento para o futebol de, no mínimo e para a Liga 3, um milhão e 200 mil euros. 

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Os contatos entre a Académica e a Athlon começaram a estabelecer-se no último trimestre do ano passado, através de um intermediário. Segundo fontes contactadas pelo NDC, a empresa, com sede numa suite em Tampa, na Flórida (Estados Unidos da América) é investidora noutros clubes desportivos, de basquetebol, futebol americano e basebol, mas não na área do futebol. 

Não há muita informação disponível sobre a Athlon online. No entanto, uma pesquisa mais aprofundada deixa perceber ligações à Vinecrest Investments, que se identifica como “precursora do comércio criativo e soluções financeiras estruturadas para importadores e exportadores globais” e que é também liderada por Anna Guerreiro. Esta empresa diz ter negócios em petróleo, tecnologia, minas, biotecnologia, agricultura, entre outras. A empresária é também sócia-gerente da Aenon Capital Ltd, uma sociedade gestora de investimentos offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. 

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A concretizar-se a constituição da SAD, fica por saber quem serão os beneficiários efetivos já que a Athlon, segundo informou uma fonte contactada pelo NDC, funciona como um pivô de investidores, tendo na sua carteira, a título de exemplo,  jogadores milionários da NBA e NFL. 

Na conferência de imprensa com Pedro Roxo, Anna Guerreiro disse que um dos objetivos é levar a Académica à primeira divisão. O NDC sabe que a Athlon tem uma proposta de como o vai fazer e prevê que a subida se concretize num prazo de 3-4 anos. Caso a SAD seja constituída (é necessária a aprovação de 2/3 dos sócios), a ligação com a Académica será feita por David James, um ex-futebolista e atual manager ligado a vários clubes, mas Guerreiro também quer estar em cima das decisões. A empresária já teve inclusivamente reuniões na Câmara Municipal, na Universidade e na Associação Académica de Coimbra e quer aproveitar a ligação à cidade para estender os investimentos e contatos.

O NDC tentou obter uma reação de Pedro Roxo,  presidente da direção da Associação Académica de Coimbra/ Organismo Autónomo de Futebol e gerente da SDUQ, que remeteu, nesta fase, esclarecimentos para a Comissão de Acompanhamento Jurídico, mandatada pelo Conselho Académico (composto por Santos Cabral, Pedro Maia, Miguel Gouveia, Ferreira da Silva e Afonso Pedrosa) para a analisar o assunto.

Contactado pelo NDC, Santos Cabral disse não estar “à vontade para falar sobre o tema” fazendo parte da estrutura, mas salientou que “a comissão tem legitimidade para emitir uma deliberação ao Conselho Académico que pode pedir a convocatória de uma Assembleia Geral”. Por sua vez, Maló de Abreu, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Académica, afirmou categoricamente que não haverá mais nenhuma reunião magna de associados até às eleições, marcadas para 15 de maio, o que inviabiliza qualquer tipo de ato com vista à constituição de uma SAD antes do dia da votação. 

Para perceber como é que os sócios estão a encarar esta possibilidade, o NDC contactou vários academistas. Entre as opiniões recolhidas, há quem estranhe “o anúncio do casamento no dia do funeral” e quem questione “onde é que o clube vai buscar o dote”, uma vez que a SDUQ está em falência técnica e sem ativos. É que, se a Athlon oferece quase cinco milhões, de onde vêm os outros cinco? 

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