A Comissão Regional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente afirmou hoje que o número de sinalizações de crianças e jovens em situação de risco da região Centro poderão aumentar, sendo a crise “um fator de agravamento”.
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Em 2012, a comissão regional da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) sinalizou 1.521 casos de crianças e jovens em situação de risco, sendo que em 2013 foram contabilizadas 1.340 situações, restando ainda os dados de 20 núcleos de apoio, dos 78 que integram a região.
O processo de avaliação e contabilização termina no final do mês, podendo o número de sinalizações “aumentar”, avançou Odete Mendes, coordenadora dos Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco e membro integrante da comissão regional da ARSC.
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A negligência, segundo a responsável, continua a “ser a principal identificação”, podendo nesta área estarem presentes situações de não-satisfação, por parte da família, “das necessidades básicas da criança”, como alimentação, afeto ou cuidados de saúde.
“A crise é um fator de agravamento. Episódios como o desemprego ou a emigração de um dos elementos da família levam a que o contexto afetivo fique afetado”, explicou Odete Mendes.
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A coordenadora sublinhou que as “dificuldades económicas” podem também influenciar a saúde mental dos “adultos, que acabam por ser menos capazes”.
A violência doméstica é o comportamento que mais se observa face a esse contexto socioeconómico, constatou.
Odete Mendes salientou ainda que o número de casos sinalizados “não traduz toda a realidade”, considerando, contudo, que o aumento das sinalizações que se observou nos últimos anos também se deve a uma maior sensibilidade dos funcionários nos núcleos de apoio.
O objetivo destes núcleos, “que são entidades de primeira linha”, passa por sinalizar e responder às situações identificadas de forma a “garantir que estas não passam de situação de risco para uma situação de perigo”.
A ARSC, no âmbito do Projeto Ação de Saúde para Crianças e Jovens em Risco, está a realizar “várias formações para 267 profissionais”, que integram os 78 núcleos de apoio.
As formações têm como objetivo uma “maior capacitação técnica destes profissionais, que atuam nas unidades de saúde dos agrupamentos de centros de saúde e nos hospitais da região com atendimento pediátrico”.
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