Cidade

Morreu Francisco Amaral

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 14-04-2019

Morreu Francisco Amaral, professor e radialista, responsável pelo programa ESEC TV e da mitifica emissão radiofónica Intima Fração.

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Jorge Castilho, Director  Geral da Rádio Jornal do Centro – TSF Coimbra, onde Francisco Amaral foi director de programas, já afirmou no Facebook: A nossa última conversa foi longa, bem mais longa do que era habitual nas nossas longas conversas. Ainda assim ficou inacabada…
Tal como não acabará nunca a memória deste sorriso tranquilo. Nem a dolorosa saudade.

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A filha Inês Amaral também publicou nesta rede social: Morreu-me o meu Pai. A outra metade do meu coração, a metade que me dava vida. Morreu-me o meu melhor amigo, o meu herói, o meu Amor. Morreu-me o meu Pai, que me ensinou o que é o amor incondicional, a honestidade intelectual e o direito do qual nunca se abdica: a Liberdade. O meu Pai era Liberdade. O meu Pai era Amor. O meu Pai era um Homem bom, que acreditava nas pessoas, nos sonhos e na música. O meu Pai acreditava na justiça e tudo o que fosse contrário magoava-o profundamente. O meu Pai tinha a habilidade de se lembrar das coisas mais mirabolantes e tínhamos sempre a nossa gargalhada.

Houve paixões que o magoaram mas o meu Pai nunca desistiu delas. A rádio é o melhor exemplo. A Íntima Fracção, minha irmã, fez 35 anos no passado dia 8. O meu Pai precisava de colo quando estava triste e era de uma enorme generosidade em partilhar comigo o seu Amor. O meu Pai era um ser humano único. Todos os que se cruzaram com ele sabem disso.
Há dois dias jantávamos juntos e, entre as nossas refilices seguidas de irremediáveis risos, traçámos um plano. O que interessava era estarmos juntos. Encontrei o plano, esta noite, num dos seus cadernos. Na sexta-feira, nas nossas intermináveis conversas telefónicas, contei-lhe uma novidade importante que o deixou feliz. Sábado íamos festejar, claro. Até havia futebol. Despediu-se com o seu habitual: “Beijos, Inês. Saudades, filhita”. Respondi o costume: “Beijos, Pai. Amo-te muito”. E se não deve ter passado um dia na minha vida que eu não tenha comunicado de alguma forma com o meu Pai, sábado foi o dia em que não mais o consegui ouvir. Disse-lhe várias vezes que o Amava. Beijei-lhe as mãos. Amo-te muito, repeti vezes sem conta enquanto o abraçava e beijava. Eu já não chegará a tempo de evitar o instante que o traiu.
Na minha memória há milhares de memórias do meu Pai. Nas suas centenas de cadernos há tantas outras. Na IF está parte do seu legado. Mas há mais. Muito mais. “Primeiro foi um lento acordar no meio da noite longa e deserta. Depois a luz que riscava o escuro, e um cometa de esperança – o traço azul no futuro incandescente”.

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Serás sempre a minha outra metade. Amo-te muito, Pai.

 

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