Governo

Ministro do Ambiente diz que lítio é essencial para as metas da descarbonização

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 26-08-2019
 

O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, garantiu hoje “não ter nenhum projeto de fomento mineiro”, mas defendeu a necessidade de aproveitar o potencial de lítio para cumprir as metas da neutralidade carbónica.

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“Devemos dar todos os passos para ir além da exploração do lítio, do ponto de vista da extração geológica, procurando estruturar todo um ‘cluster’ e uma fileira industrial que, beneficiando desse recurso, vá o mais longe possível na cadeia de valor, mas não temos para Portugal nenhum projeto de fomento mineiro”, disse.

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Matos Fernandes falava em S. Jacinto, Aveiro, onde presidiu à inauguração da obra de requalificação das áreas de acolhimento da Reserva Natural das Dunas.

Segundo o ministro, para quem a alternativa à exploração do lítio em Portugal é a sua importação, as baterias de lítio são fundamentais para armazenar energia de fontes renováveis, e só assim será possível o país cumprir as metas de descarbonização: em 2030 cerca de 80% de eletricidade com origem em fontes renováveis e em 2050 atingir os 100%.

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O governante assegurou que o concurso para a prospeção exploração do lítio é rodeado de “todos os cuidados ambientais”, sendo a ponderação feita caso a caso, entre o contributo para a descarbonização e os ecossistemas locais a preservar, na avaliação de impacto ambiental.

O ministro do Ambiente aproveitou para referir que existem em Portugal 56 explorações de feldspato, usado na indústria cerâmica, cujo impacto é semelhante.

“Em que é que a exploração de lítio é diferente da de feldspato? Em nada. Trata-se de uma pedreira, onde se faz o desmonte de pedra e uma parcela dessa pedra é minério de lítio”, questionou.

Cerca de 400 pessoas participaram ontem na Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela, numa ação organizada por um grupo de cidadãos e associações ambientais contra a exploração de lítio em Portugal.

A ação, que decorreu no ponto mais alto de Portugal continental, consistiu na criação da mensagem “Não às minas. Water is life [A água é vida]” e no desenho da “árvore da vida”, com o recurso aos corpos das pessoas, que foram filmados com um ‘drone’. 

A iniciativa foi promovida pelas organizações Awakened Forest Project e Wildlings, com o apoio de outras entidades como a Tamera, Teia da Terra ou Linha Vermelha.

De acordo com Raquel Perdigão, da organização, a ação é “uma chamada de atenção para todos os contratos [de explorações de lítio] que estão prestes a serem assinados” em Portugal.

“Nós queremos chamar a atenção, não só da população, mas também do Governo”, disse. 

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