Ministro diz que sociedade tem de passar a consumir serviços e não produtos

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 24-01-2018

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, defendeu hoje que o Governo tem o papel de liderar a transição de uma sociedade que consome produtos para uma sociedade que consome serviços, face à finitude dos recursos materiais no planeta.

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João-Pedro-Matos-Fernandes

“Cabe ao Governo assumir o papel de liderar essa transição” de uma sociedade que consome produtos para uma sociedade que consome serviços, para garantir a sustentabilidade dos recursos materiais, defendeu hoje João Matos Fernandes na apresentação dos investimentos financiados por fundos comunitários na área da Eficiência Energética na Administração Pública Central, no Instituto Português de Oncologia de Coimbra.

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Para o ministro, o país terá de caminhar para uma “servitização” da economia, para estar melhor preparado para ter acesso aos mesmos bens que tem hoje, consumindo menos recursos.

Para exemplificar a necessidade dessa mudança, Matos Fernandes socorreu-se de um berbequim.

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“Temos um berbequim durante 30 ou 40 anos e é usado 12 minutos” durante todo esse período de tempo, notou, defendendo que as pessoas têm todo o direito a aceder aos serviços e bens, não têm é “que ser donos deles”.

Segundo João Matos Fernandes, “é inaceitável construir uma sociedade em que queiramos ser donos de tudo aquilo a que temos acesso”, classificando de “heresia” quem opta por comprar algo e deitar fora o que tem, em vez de reparar.

O ministro alertou que, se na componente da energia é possível encontrar soluções para produzir a partir de fontes renováveis, já nos recursos materiais não há escapatória, sublinhando que se não houver mudanças nas formas de consumo estará em causa a própria existência humana no planeta.

O governante sublinhou ainda que essa transição da economia permitirá também criar emprego cada vez mais qualificado: “quem conserta a torradeira é mais qualificado do que quem a vende”, apontou.

O ministro do Ambiente referiu ainda que, se a expressão “‘desenvolvimento sustentável’ sobreviveu bem e com sentido durante 31 anos”, a “economia verde” – conceito que começou a ser utilizado “há meia dúzia de anos” pela classe política – não vai durar tanto tempo.

“Não vai durar 31 anos, porque muito antes disso toda a economia vai ser verde”, afirmou.

Durante a sessão de apresentação, a presidente da comissão diretiva do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), Helena Pinheiro Azevedo, referiu que houve um investimento total aprovado de 154 milhões de euros para projetos de eficiência energética na administração pública central.

Com 103 candidaturas, foram os hospitais e centros de saúde que arrecadaram a maior fatia com 108 milhões, seguindo-se as universidade e politécnicos com 48 projetos, num total de 24 milhões de euros.

Com a execução dos projetos, prevê-se uma poupança de 10,8 milhões de euros da despesa pública com energia.

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