Coimbra

Ministro diz em Coimbra que setor espacial ajuda a acelerar criação de emprego

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 21-12-2018

O setor espacial e as tecnologias que dele derivam, ligadas à transformação digital, ajudam a acelerar a criação de emprego, disse hoje em Coimbra o ministro da Ciência e Tecnologia.

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Em declarações à Lusa, à margem de uma conferência sobre o futuro do setor espacial português, comemorativo do 4.º aniversário do centro de incubação de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA BIC Portugal), Manuel Heitor disse que o processo de criação de emprego “está particularmente influenciado” por quatro grandes vetores da transformação digital: a internet móvel e comunicações 5G, a capacidade de processar informação, conhecida por inteligência artificial, a comunicação de informação e a computação avançada.

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“Estes aspetos são particularmente acelerados e promovidos pelas novas estratégias do espaço. Mas, para criar emprego, não basta usar estas tecnologias, é preciso estar associado também à sua produção e, por isso, o espaço aparece aqui como um facilitador de criação de emprego, se conseguirmos usar o espaço para melhor penetrar numa estratégia europeia”, argumentou Manuel Heitor.

Na sessão, o ministro da Ciência defendeu que nos próximos cinco anos a transformação digital “irá estar no topo da criação de emprego” e que, nesse particular, Portugal “entende que há uma oportunidade” de aumentar o número de postos de trabalho.

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O governante lembrou que a Europa “perdeu competitividade” face aos EUA e China e que países de pequena e média dimensão ligados ao setor espacial “podem ajudar à competitividade europeia”.

“E este é a nossa estratégia do espaço, contribuir para melhorar a competitividade europeia, criando, certamente, mais empregos em Portugal”, observou o titular da pasta da Ciência.

Manuel Heitor disse hoje à Lusa que a agência espacial portuguesa (denominada Portugal Space) deverá começar a funcionar até março e terá a sua sede na ilha açoriana de Santa Maria, onde será construída uma base de lançamento de microssatélites.

A Portugal Space irá promover “novas atividades e negócios” no setor espacial, em particular na observação da Terra com pequenos satélites, e “facilitar uma maior participação de Portugal nos programas europeus”, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da União Europeia, adiantou o ministro.

A ideia, acrescentou, é “dinamizar novas indústrias, novas empresas e criar emprego qualificado em Portugal” no lançamento e fabrico de pequenos foguetões e satélites. A informação recolhida pelos microssatélites poderá ser aplicada na agricultura de precisão, na segurança marítima e no cadastro das cidades, exemplificou.

O titular da pasta da ciência e da tecnologia espera que a agência espacial Portugal Space potencie a meta nacional de, em 2030, haver mil novos empregos no setor e um investimento das empresas de 400 milhões de euros. Atualmente, a faturação das empresas aeroespaciais portuguesas ronda os 40 milhões de euros anuais em resultado da participação de Portugal em projetos da ESA, precisou Manuel Heitor.

Na sessão de hoje, o diretor-geral da ESA, Jan Wörner, explicou o trabalho da instituição no setor espacial, no apoio ao desenvolvimento de aplicações tecnológicas que dele derivam, apostando na criação de um “espaço unido europeu”: “Do céu não se veem fronteiras [entre países]”, alegou.

Jan Wörner disse ainda que a ESA está a promover o desenvolvimento de novas ideias “revolucionárias e disruptivas” e, da mesma maneira que, no passado, os detetores de fumo em edifícios acabaram por surgir comercialmente após um acidente que matou três astronautas, a Agência Espacial Europeia prevê que possam existir, no futuro, navios autónomos a navegar em percursos pré-estabelecidos entre dois portos ou uma tecnologia que possibilite avaliar, a partir do espaço, o plástico depositado nos oceanos.

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