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Ministra da Saúde pede às farmacêuticas para resolverem “contratempos” nas vacinas

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 04-02-2021

A ministra da Saúde, Marta Temido, solicitou hoje às farmacêuticas que se comprometeram com a entrega de vacinas para a União Europeia (UE) para cumprirem o acordado e resolverem os “contratempos” verificados no processo de entrega.

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“Um dos mais imediatos desafios com que a UE e os Estados-membros se têm deparado é a incerteza quanto à entrega de vacinas contra a covid-19”, declarou Marta Temido, intervindo na comissão de Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar do Parlamento Europeu.

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Numa intervenção inicial sobre as prioridades da presidência portuguesa da UE, a governante referiu que, “face aos recentes contratempos identificados no processo de entrega de vacinas relativamente a algumas empresas farmacêuticas, é essencial que tais empresas cumpram os contratos assinados e garantam a entrega atempada de doses de vacinas cruciais para o sucesso dos planos de vacinação nacionais”.

“Para o garantir, a presidência portuguesa em tudo apoia a Comissão Europeia na implementação do mecanismo de autorização de exportação de vacinas”, referiu Marta Temido.

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Depois de terem sido registados atrasos no início do ano na entrega da vacina da Pfizer e BioNTech, em uso na UE desde final de dezembro passado, a farmacêutica AstraZeneca anunciou no final de janeiro que pretende entregar doses consideravelmente menores do que acordado com a UE do seu fármaco, que teve ‘luz verde’ do regulador europeu na semana passada.

A decisão, justificada com base em alegados problemas de capacidade na produção da empresa, causou a indignação do executivo comunitário, que já ameaçou recorrer às vias legais.

Entretanto, no final da semana passada, a Comissão Europeia estabeleceu um mecanismo de autorização de exportação de vacinas para a covid-19, com o objetivo de garantir a transparência do processo e as doses suficiente para os cidadãos da UE.

“A presidência portuguesa em tudo apoia a Comissão Europeia na implementação do mecanismo de autorização de exportação de vacinas”, vincou Marta Temido, falando perante os eurodeputados.

A governante disse, ainda, que Portugal “está, como tem estado até ao momento, disponível para prestar qualquer auxílio necessário aos Estados-membros neste processo de vacinação único e exigente”.

“Para tal, temos assegurado e continuaremos a assegurar uma articulação permanente com a Comissão Europeia, de modo a dar rápida resposta às questões que surjam relativamente à distribuição e aquisição de vacinas”, apontou.

Para a responsável, a UE deve “garantir que nenhuma oportunidade de aumentar a produção de vacinas é perdida”, desde logo para atingir o objetivo comunitário de “ter pelo menos 80% dos profissionais de saúde e de apoio social e das pessoas com mais de 80 anos vacinadas num prazo muito curto”.

“Esse objetivo está muito dependente desta nossa capacidade de aumentar a produção de vacinas”, insistiu, propondo “a criação de parcerias e alianças” entre as farmacêuticas, como a da Sanofi, que vai produzir 125 milhões de doses da vacina da Pfizer e da BioNTech.

Ainda assim, Marta Temido disse que, apesar dos “desenvolvimentos alcançados em termos de vacinação, a presidência [portuguesa] não pode deixar de apelar aos cidadãos que cumpram com as medidas sanitárias em vigor de modo a prevenir contágios desnecessários”.

“A vacina é uma poderosa ferramenta na resposta a este vírus, mas não é totalmente eficaz por si só. É imperativo neste momento essencial, em que procuramos imunizar uma grande parte da população europeia, que todos cumpramos as medidas de saúde pública propostas”, apelou a ministra da Saúde.

Portugal assume a presidência da UE este semestre, numa altura em que enfrenta a fase mais grave da pandemia de covid-19.

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